O Cel. Arthur Thomaz de Magalhães foi o responsável pela inauguração do Cine Magalhães, o primeiro cinema da então Patos sem o ainda “de Minas”, ocorrida em 10 de maio de 1913. Os anais têm arquivado uma foto como sendo o local oficial do negócio: esquina da Avenida Getúlio Vargas com Rua Olegário Maciel, onde é hoje a Rádio Clube de Patos¹. Em 1916, o livro Municipio de Patos, editado por Roberto Capri, foi o primeiro a registrar as características da cidade. Nele há uma foto do Cine Magalhães totalmente diferente dos tempos de sua inauguração. Não é incorreto se imaginar que o Cel. Arthur tenha feito uma ampla reforma no local para aumentar as dimensões do cinema².
Eis que a dedução de reforma geral cai por terra quando vislumbramos uma foto da década de 1930³. Nela estão presentes a Escola Normal, o Fórum Olympio Borges e o busto de Olegário Dias Maciel, surgidos durante aquela década. E lá na mesma esquina da inauguração está o prédio do Cine Magalhães com suas características originais, sem a presença de nenhuma reforma. Então, que imóvel é aquele apresentado por Roberto Capri como sendo o Cine Magalhães?
Arthur Thomaz de Magalhães foi proprietário de um casarão na Avenida Getúlio Vargas até 1936, quando o vendeu para Anísio Cardoso Assunção4. E este casarão não tem semelhança alguma com a foto do livro de Roberto Capri. Este é um grande mistério ainda não desvendado. Não há como acreditar num erro de Roberto Capri em publicar por engano outro imóvel como sendo o do cinema. Fica a certeza de que num determinado momento o Cel. Arthur e seu Cine Magalhães instalaram-se em outro local. A prova cabal desta mudança de endereço está na pequena nota acima publicada na edição de 22 de fevereiro de 1914 do jornal O Commercio.
Infelizmente, porém, a nossa História não registrou o endereço, apenas a existência do imóvel.
* 1: Leia “Cine Magalhães”.
* 2: Leia “Endereço Misterioso do Cine Magalhães – 1”.
* 3: Leia “Avenida Getúlio Vargas no Final da Década de 1930”.
* 4: Leia “Antiga Casa do Cel. Arthur Thomaz de Magalhães”.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.