O QUE LHE APETECE, CRIATURA?

Postado por e arquivado em 2015, DÉCADA DE 2010, FOTOS.

Fernando Pessoa escreveu: Tão calma é a chuva que se solta no ar; (Nem parece de nuvens) que parece; Que não é chuva, mas um sussurrar; Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. Chove. Nada apetece… Enquanto isso, a chuva calma em Patos de Minas, como um sussurrar, umidificava um muro salpicado de areia grossa e cimento de uma residência qualquer. E neste muro, de si mesmo, uma figura, solta no ar naquela densidade, se arvora em forma de neblina, de fumaça ou de um espectro como desejando se desprender de sua prisão secular. O que lhe apetece, criatura?

0* Texto e foto (15/03/2015): Eitel Teixeira Dannemann.

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