Uivar é uma forma de comunicação. Os cães uivam para contar aos outros onde estão. Dizer, porém, que estão tentando se comunicar com Tião Carreiro e Pardinho quando uivam é questionável.
Os lobos usam o uivo prototípico para falar uns com os outros. Quando, por exemplo, uma matilha está dispersa na floresta e um lobo solitário uiva “onde está todo mundo?”, belos latidos e uivos misteriosos, primitivos e melancólicos respondem.
O filhote para de ganir. Cães jovens também ganem quando ficam sozinhos. Quando crescem, certos cães, principalmente hounds e dobermans, desenvolvem uivos lamentosos. Quando ficam sozinhos, voltam a cabeça para cima, franzem os lábios e uivam.
A solidão não é a única razão para o cão uivar. Alguns uivam quando cumprimentam pessoas. Outros, quando estão felizes, e alguns uivam para determinado tipo de música. O alcance da audição de um cão é o mesmo de um humano: grosso modo, oito oitavas e meia, mas sua sensibilidade dentro desse limite é muito grande. Eles conseguem, por exemplo, diferenciar entre duas notas que diferem entre si apenas uma oitava de tom. Isso explica a razão de os cães aprenderem a responder tão facilmente aos assobios de comando.
Nas profundezas de uma das partes mais básicas do cérebro, os humanos têm um centro musical. Provavelmente os cães também. A música é relaxante. Pode ser calmante e tranqüilizadora para os animais. Uivar para Tonico e Tinoco – ou para qualquer outro tipo de música – é sempre uma realização ativa de quem uiva: um cão participa porque quer. É divertido. Se o som da música fosse desagradável, ele simplesmente se levantaria e sairia.
* Fonte: 100 Perguntas Que Seu Cão Faria ao Veterinário (se ele pudesse falar…), de Bruce Fogle.
* Foto: Americanas.com.br.
