Há muitos anos, mudou-se para Patos um português.

Ficou conhecendo, aqui, aquelas privadas de fossas, de fundo de quintal.

E uma bela tarde, necessitado, parte o português para a privada de fossa, onde se agachou para as necessidades. Quando levantava para ajeitar a roupa, cai uma nota de cem cruzeiros do bolso de sua camisa, justamente dentro da fossa.

O portuga enlouqueceu!

Tentou de várias maneiras recuperar a nota que boiava. Conseguiu um pedaço de pau e nada, a nota já iniciava o afogamento. O português, desesperado, não encontrava solução, mas com sua inteligência privilegiada teve uma brilhante idéia: tirou uma nota de quinhentos cruzeiros do bolso, e jogou-a junto da outra.

Aí sim, teve coragem de enfiar a mão e tirá-las, porque o valor era grande: seiscentos cruzeiros!!!

* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que  até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.