Na década de 70, o Cruzeiro com aquele timão todo ia disputar um clássico com o não menos timão Atlético. Aquela partida movimentava com a Capital e também com Patos de Minas.
Pois bem! Nossa história inicia aqui: Janes Gonçalves Guimarães tinha um Gordine. Carro cobiçadíssimo em toda a região.
Janes fez uma lista selecionada de amigos que, sem exagero, chegou a cinqüenta e uma pessoas, convidando-as para com ele assistir ao clássico em Belo Horizonte. Inclusive pedia a cada convidado que não levasse mala, para diminuir o peso. E por incrível que pareça, o último a ser convidado foi o Rafael Borges de Andrade.
A saída foi marcada para as cinco da matina, em frente ao “Studio” de sua propriedade.
Já imaginou cinqüenta e um elementos chegando cada um com sua pequena mochila, para ir a Belo Horizonte, de carona e, de Gordine?
Dizem as boas línguas que o desaparecimento do Janes, por alguns dias, foi devido a uma oportuna pescaria no Paranaíba.
Mas a outra versão fala que o sumiço teria sido mesmo para fugir da bronca dos seus tantos amigos…
* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.