O Santo padroeiro de Patos de Minas é Santo Antônio. Na época de comemorar o seu dia, colocam barracas na porta da igreja, banda de música, foguetes, pipocas, algodão-doce, além da procissão solene seguida pelo pároco.
E naquele ano, a festa do santo casamenteiro estava vibrante! O entusiasmo do povo era contagiante. Velas para acompanhar a procissão estavam sendo vendidas mais do que todos os outros anos. Aquela roleta da maçã, empenada e viciada, não parava de rodar. Tinha também o leilão: dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três…
O pároco chamava-se Antônio Alves de Oliveira. Muito elegante, andava impecável, era muito polido e muito querido na cidade.
Depois do término da procissão, chegou o momento solene da homilia. E com muita empolgação, disse:
– Vocês devem colaborar financeiramente com o Santo Antônio…
E, a seu lado, estava um coroinha que ouvia o próprio pároco completar a frase, bem baixinho:
– … Alves de Oliveira!
* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.