O segundo carro do professor Renê foi um Corcel 71, 4 portas, verde-limão, comprado na DIPAM, onde eu trabalhava na Recepção de Oficina. Lembro que ele tinha um Fusca 68, vermelho, popularmente conhecido como “Zé-do-Caixão”, cuja placa era LI 3055 e depois, GMJ 3055, não tenho certeza. Mas esse aí, ele passou pra sua filha Zaíra que o conserva até hoje (será?), quando ele comprou o Corcel.
Alguns meses de navalhadas depois pra “amansar o burrinho”, ele aparece na oficina brabo que só pois o carro espirrava, pulava, dava tranco de todo o jeito até empacar de vez. O Adélio Faria, chefe de oficina, examina e constata que o gigleur do Carburador estava entupido. Precisava desmontar todo o sistema de alimentação, limpar e remontar. O que demandaria algum tempo.
Nisso, o Nego do Juarez, que conversava com os seus sócios Miguel Tigrão, o Marinho Teodoro e o Ivo Nunes, pergunta a ele se já se acostumara com o “carrinho novo”. Ele responde: – “tô batuta de bão, só tô apanhando do fragelo da tal “caixa de breganha (caixa de mudança ou caixa de marchas).
Retornando à oficina, o carro pronto, ele se aboleta ao volante, dá uma esgoelada no acelerador e arranca cantando pneus rumo ao acesso da Rua Major Gote. Nem sei como ele conseguiu frear a tempo de evitar alguma tragédia.
Não se passou meia hora e ei-lo de volta: – “Ô Carvalho! Cê besta, sô! Esse demônio diferençô dimais da conta, sô! Antes, ele só tussia, ispirrava e pulava feito cabrito, agora desatinou feito égua-de-lata-no-rabo disinfreado! Dá um repasse nesse trem aí pra ele correr menos, sô.
* Texto: Romero Silveira de Carvalho.
* Foto: essevaleumafoto.com, meramente ilustrativa de um Corcel 1971.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.