Tivemos a grata notícia de que as nossas palavras do numero passado estão encontrando éco nos corações dos patenses¹.
Já se cogita da fundação em nosso meio de uma associação que ampare o numero contristador de nossa enorme pobreza.
Tinhamos previa certeza de que a alma patense não se deixaria quedar indiferente ante o momentoso problema.
Por toda parte as senhoras da mais alta sociedade se agrupam e se organizam em associações de damas de caridade para socorrer indistintamente aos necessitados.
Não tem conta o numero de beneficios que essas associações, prestigiadas grandemente nos municipios, concedem aos pobres e principalmente à criança desvalida.
Não é possivel que só as senhoras patenses² se conservem insensíveis à dor e à miseria que a pobreza da cidade arrasta continuamente pelas ruas.
O nosso prezado vigario³ que está sobrecarregado na atualidade de encargos e de responsabilidades, avultando entre todas as obras da Matriz e a necessaria instalação de nosso Ginasio, empresta o seu valioso apoio, como declarou no domingo passado, a todos os movimentos de carater filantrópico e cristão.
Sem timidez e receio de quem não sabe levar de vencida os obices naturais a todo empreendimento de caridade − devemos concentrar as nossas forças e as nossas energias em um só bloco para o necessario exito da grande empreitada.
* 1: Leia “Os Dois Lados da Moeda”.
* 2: Como curiosidade, Patos sem ainda o “de Minas” teve seu nome alterado para Guaratinga, mas o jornal preferiu continuar com o “patense”, ao invés do “guaratinguense”. Leia “O Dia em Que Patos Deixou de Ser Patos 1 e 2”.
* 3: Monsenhor Manoel Fleury Curado.
* Fonte: Texto publicado com o título “Associação de amparo à pobreza” na edição de 15 de outubro de 1944 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.
* Foto: Três primeiros parágrafos do texto original.