CORREIO CAÓTICO EM 1914

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TEXTO: JORNAL O COMMERCIO (1914)

Emquanto não virmos normalizado o serviço do correio em nossa cidade, não cessaremos de clamar e reclamar dos poderes competentes a reorganização desejada d’este unico meio de communicação que temos tido atè então.

Desde o dia 18 do corrente não temos correio d’aqui para Patrocinio, achando-se amontoadas na agencia d’aqui diversas malas, contendo correspondencias destinadas á Sant’Anna, Patrocinio, Uberaba, etc., constando-nos que em Patrocinio existem tambem muitas malas destinadas a esta cidade.

Em vista das grandes relações existentes entre esta cidade e os logares acima citados, e da consequente abundancia de correspondencias que transitam por esta linha, torna-se de grande necessidade o restabelecimento da antiga linha, de 2 em 2 dias.

O correio d’aqui a Urubù, passando por Carmo do Paranahyba, è o que actualmente nos tem valido, não nos conservando aqui em um novo estado de sitio.

Este mesmo correio não anda entretanto muito regular, pois que, às vezes, retarda a nossa correspondencia, ora chegando aqui no dia immediato ao em que devia chegar, ora deixando na agencia local as malas, sob pretexto de serem pezadas, como aconteceu na manhã de 26 do corrente, em que partiu sem levar coisa nenhuma.

Segundo um officio que o Sr. Sub-Administrador dos correios endereçou à Agente d’esta cidade, o correio do Carmo deve ser despachado aqui ás 7 HORAS EM PONTO; entretanto não consta que elle tenha officiado aos Srs estafetas para chegarem também ás horas certas, para que o povo tenha tempo de receber a correspondencia e respondel-a pela volta do mesmo correio, como muitas vezes ha mister fazel-o.

Venha-nos o correio todos os dias, normalize-se o serviço, restabeleça-se de 2 em 2 dias, a linha d’aqui a Patrocinio, e deixaremos de falar sobre este assumpto que jà se vai tornando enfadonho.

Do Sr. Administrador dos correios, esperamos providencias promptas e eficazes.

* Fonte: Texto publicado com o título “Com o Correio” na edição de 29 de março de 1914 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.

* Foto: Primeiro parágrafo do texto original.

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