REIVINDICADA REDE TELEFÔNICA

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TEXTO: JORNAL FOLHA DE PATOS (1944)

Entre o confôrto necessário a uma cidade com os foros da nossa, cresce de vulto a instalação de uma rêde telefônica.

Através dela nos pomos em contacto com os grandes centros e com os municípios vizinhos, reclamando daqueles todas as utilidades e estreitando com êstes os maiores laços de amizade.

Nós que já temos um aeropôrto que serve a carreira Rio-Belo Horizonte-Guaratinga-Goiânia; uma estação emissora de rádio; dois clubes que honram os centros mais civilizados; duas estações radiotelegráficas, um magnífico cinema em funcionamento e outro luxuoso cinema em perspectiva; uma praça de esportes que encanta pela sua localização e pelas suas instalações; um Hospital Regional perfeitamente aparelhado e afinal uma cidade próspera que cresce vertiginosamente com um número de construções surpreendente − sentimos necessidade premente do telefone.

Já passamos a época do pequenissimo e restrito centro comercial, quando o vendeiro conhecia as necessidades semanais da freguesia e realizava o fornecimento ás mil maravilhas.

Hoje existe já a distancia, já a gente se imiscui no tumulto de uma vida agitada de grandes negocios, ressentindo-se da falta enorme que faz o telefone para as comunicações urbanas, para a realização e solução de varios problemas domesticos que tomam tempo e esgotam a paciencia.

Ao lado dos interminaveis telefonemas daqueles que se amam e adotam o processo de namorar pelo telefone, sobejam as providencias que a ligação urbana permite intensificar-se, tornando mais comodo e mais suave a vida da cidade.

Agora que varias cidades mineiras encaram de frente este grande problema do telefone, é justo e razoavel voltem os patenses¹ as suas atenções preciosas para o caso porque não encontramos peias e nem obices de vulto quando marchamos resolutos pela senda interminavel do progresso.

Quando o patense quer a ideia se transforma como por encanto em esplendida realidade, residindo nisso o segredo de sermos na atualidade uma surpresa sertaneja para todos os forasteiros.

E qual o patense que não quer falar ao telefone? Todos, automaticamente, para o seu conforto e para o engrandecimento da cidade.

E’ preciso, portanto, conjugar esforços e por mãos á obra.

* 1: Como curiosidade, na época o nome do Município teve o nome alterado para Guaratinga, como consta na edição do jornal. Mas parece que o articulista, quem sabe o diretor Renato Dias Maciel, continuou preferindo o patense ao invés do guaratinguense. Leia “O Dia em Que Patos Deixou de Ser Patos 1 e 2”.

* Fonte: Texto publicado com o título “Rêde Telefonica” na edição de 20 de agosto de 1944 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Foto: Dois primeiros parágrafos do texto original.

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