TEXTO: JORNAL O TRABALHO (1909)
Installaram-se no dia 21 do corrente as escolas primarias desta cidade.
O numero de matricula foi o seguinte: 1.ª cadeira regida pelo Prof. Modesto de Mello Ribeiro, 98 alumnos; 2.ª cadeira reg. pelo Prof. Felippe Rodrigues Corrêa, 75; cadeira do sexo feminino reg. pela Prof. D. Izabel Alves Moreira Sobrinho, 71.
Si a frequencia foi relativa ao numero de matricula não podem de modo algum os professores corresponder á espectativa dos paes. Por mais que se esforcem e se dediquem, é humanamente impossivel ensinar a 50 e mais alumnos no curto espaço de 4 horas com manifesto proveito.
A decantada reforma não limitou o numero de matricula, de modo que o professor é obrigado a matricular creanças em numero indefinido, com, duzentos, mil e mais, desde que o requeiram. O preceptor fatalmente terá de esmorecer, ante o excessivo numero de alumnos a leccionar. Resultado final: nenhum aproveitamento dos alumnos, analphabetismo geral, perda de tempo dos paes, das creanças e do professor.
Ah! se o Dr. Carvalho Britto fosse professor primario! Já teria sido reformada a reforma!
Zeballos.
* Fonte: Texto sem título publicado na edição de 31 de janeiro de 1909 do jornal O Trabalho, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.
* Foto: Dois primeiros parágrafos do texto original.