A primeira vacina contra a Varíola surgiu a partir dos estudos realizados pelo médico inglês Edward Jenner. Ele observou pessoas que se contaminaram, ao ordenharem vacas, por uma doença de gado e chegou à conclusão de que essas pessoas tornavam-se imunes à varíola. A doença, chamada de cowpox, assemelhava-se à varíola humana pela formação de pústulas (lesões com pus). Diante dessa observação, em 1796, Jenner inoculou o pus presente em uma lesão de uma ordenhadora chamada Sarah Nelmes, que possuía a doença (cowpox), em um garoto de oito anos de nome James Phipps. Phipps adquiriu a infecção de forma leve e, após dez dias, estava curado. Posteriormente, Jenner inoculou em Phipps pus de uma pessoa com varíola, e o garoto nada sofreu. Surgia aí a primeira vacina. O médico continuou sua experiência, repetindo o processo em mais pessoas. Em 1798, comunicou sua descoberta em um trabalho intitulado “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da Varíola”. Apesar de enfrentar resistência, em pouco tempo, sua descoberta foi reconhecida e espalhou-se pelo mundo. Em 1799, foi criado o primeiro instituto vacínico em Londres e, em 1800, a Marinha britânica começou a adotar a vacinação. A vacina chegou ao Brasil em 1804, trazida pelo Marquês de Barbacena.
Em outubro de 1908 correu pela então Patos sem ainda o “de Minas” a notícia de que havia casos de Varíola na Cidade. A edição de 25 daquele mês do jornal O Trabalho tratou de desmentir, mas recomendou que, por precaução, o povo se vacinasse:
Corre pelos districtos visinhos a noticia de haver nesta cidade alguns variolosos.
E’ absolutamente falsa semelhante noticia; houve n’esta cidade apenas um caso de sarampo e este mesmo tão benigno que o doente se restabeleceu em poucos dias.
Também na visinha cidade do Carmo do Paranahyba nos tem chegado noticias alarmantes de existir alli a terrivel molestia. Fomos informados, porem, que só tem havido alguns casos de sarampo e sem gravidade alguma.
Na cidade da Formiga continua a variola a fazer victimas, e como não é impossivel que ella nos bata a’ porta. aconselhamos ao povo a vaccinar-se, único meio de imunisarse contra a terrivel molestia.
* Edição do texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Fontes: Brasilescola.uol.com.br e arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.
* Foto: Dois primeiros parágrafos do texto original do jornal.
