Desde muito tempo, ao inaugurar-se em Patrocinio, o telegrapho nacional, temos lido nesta folha e em outros periódicos, pedidos justos, razoaveis e honestos, no sentido de ser a nossa terra dotada dessa magnifica via de comunicação.
Secundando a aspiração nobre e progressista do povo, em ter aqui uma linha telegraphica, que assignalados serviços prestará a este municipio, o Dr. Afranio de Mello Franco tem pedido com muito empenho esse melhoramento.
Provado como está, que o movimento commercial de Patos é importante e que das cidades desta zona, é esta uma das principaes, etc., tivemos então, promessas de, ao entrar o anno corrente, termos aqui o telegrapho.
Ultimamente constou que os serviços seriam atacados em abril corrente mas, apezar da facilidade de construcção, da pequena despeza a se fazer, apezar da bôa vontade de nossos representantes […], nada de positivo existe sobre a construcção da linha.
Lemos algures, que as correspondecias postaes dos grandes centros comerciaes e da capital do Estado gastam uma eternidade para aqui chegar; é uma verdade e isso porque a distancia de ponto de estrada de ferro é muito grande. A construcção da linha telegraphica remediará esse inconveniente; virá com pouco dispêndio, ligar uma das mais commerciantes cidades mineiras ás grandes praças de commercio e á capital do Estado. Sendo Patos um dos emporios commerciaes dessa zona, precisa ter esse melhoramento, indispensavel ao seu progresso pois que, cidades outras, em identicas condições e de menos commercio, o possuem. Sendo V. Excia., Sr. Dr. Ministro, um espirito altamente esclarecido, e isso demonstra a collocação que tendes no honroso logar que o criterio do Chefe do Estado vos confiou com a benevolencia que caracterisa os grandes homens do governo, poderá estudar a razão do pedido de uma linha telegraphica para esta cidade.
E’ uma aspiração originada da necessidade publica e do nobre desejo do progresso desta terra.
NOTA: Geraldo Fonseca, em seu livro Domínios de Pecuários e Enxadachins comenta: O telégrafo, depois de ligeiro desencontro de vontades pela sua instalação (diziam que serviria para fomentar intrigas e pôr a cidade muito ligada às outras) foi inaugurado em 1918, esforço dos Drs. Marcolino de Barros e Jacques Dias Maciel.
* Fonte: Texto publicado com o título “Telegrapho Nacional (Ao Dr. Ministro da Viação)” na edição de 27 de abril de 1913 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.
* Foto: Dois primeiros parágrafos do texto original.