Já abordei o assunto, mas tenho de insistir: é preciso que a atual administração municipal cuide, o quanto antes, do alargamento da Rua Ceará, entre as Ruas Major Gote e Sergipe, para assegurar, no futuro, uma melhor comunicação entre a Estação Rodoviária e a saída sul da cidade.
A mesma providência que reclamo para a Rua Ceará, por onde os ônibus chegam e saem da Rodoviária, foi tomada na administração passada em relação à Rua Piauí − agora Avenida, posto que inconclusa. Mas, estranhamente, sua paralela, a Rua Ceará, foi esquecida − pois o ideal é que a Rodoviária tenha duas amplas vias de acesso.
Notem: não estou pedindo o pronto alargamento da Rua, com a consequente desapropriação dos terrenos − coisa que a Prefeitura ainda não conseguiu completar na Avenida Piauí. Estou pedindo apenas, uma lei municipal determinando o recuo da Rua, do lado oposto à Rodoviária, tal como a Prefeitura fez, no passado, em relação ao lado direito da Rua Tiradentes, e um trecho da Rua José de Santana (entre a travessa Paulina Ferreira e a Rua Cinco de Maio) e, mais recentemente, na Rua Padre Caldeira − cujo alargamento completou-se com a derrubada das velhas casas, que ainda estreitavam a Rua na esquina com a Praça do Mercado, para a construção do Edifício Mila, em fase de acabamento.
A idéia é perfeitamente exequível, não se mexeria nas construções feitas, mas as novas teriam de ser erguidas mais atrás, de acordo com o recuo estabelecido. Para evitar despesas com desapropriações, a Prefeitura poderia dar aos proprietários, cujos terrenos seriam reduzidos, uma compensação, em termos tributários. Assim, de acordo com o tamanho da área cedida, cada lote teria tantos anos de isenção do imposto predial e territorial.
A indução do crescimento e a valorização da área provocadas pela Rodoviária, cujo movimento só tende a crescer, certamente abreviarão o fim das construções existentes, que logo se tornarão superadas pela elevação do status da área, que exigirá construções maiores e melhores. Dessa forma, a renovação arquitetônica poderá acontecer bem mais cedo do que se pensa. Naturalmente, a Prefeitura daria aquelas mesmas vantagens fiscais − ou ainda maiores, conforme o caso, aos proprietários que quisessem botar abaixo as atuais construções para dar lugar a novas e melhores edificações, com o competente recuo.
Na forma proposta (e no trecho sugerido), a Rua acabaria alargada, sem o difícil desembolso de dinheiro para o pagamento das indenizações. Mas, evidentemente, isso não será possível ao longo de apenas uma administração, senão ao longo de muitos anos.
O mesmo sistema poderia ser utilizado para o alargamento de várias outras vias, cuja conveniência e oportunidade poderiam ser indicadas por um estudo de técnicos neste campo.
* Fonte: Texto publicado com o título “Melhor acesso para a rodoviária” na edição n.º 82 de 15 de dezembro de 1983 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.
* Foto: Publicada em 03/01/2014 com o título “Loteamento Ilídio Caixeta de Melo”.