TEXTO: DIRCEU DEOCLECIANO PACHECO (1983)
Na edição de 15 de abril deste ano, falei aqui do lastimável estado em que ficara o asfalto das ruas que circundam o Terminal Rodoviário “José Rangel” e naquela oportunidade, afirmei que não me interessava, nem era de minha competência apurar responsabilidades, mas queria e continuo querendo saber quem irá resolver aquele problema e quando isto acontecerá¹.
Exatamente sessenta dias depois, publicamos um extenso e bem elaborado relatório da empresa que realizara aquela obra, com esclarecimentos baseados em dados técnicos bem fundamentados².
A situação permanece a mesma e hoje volto ao assunto, porque ele traz no momento, preocupações muito maiores.
Temos que aplaudir, porque muita coisa já foi feita pela atual Administração, na nova rodoviária.
− as plataformas de desembarque estão concluídas (e bem);
− a parte comercial está praticamente pronta e a concorrência para a ocupação de muitas daquelas lojas já foi feita;
− o calçamento em blockrets na área de estacionamento, está em fase adiantada.
Entretanto, aquele triste quadro do asfalto destruído lá está a incomodar, pela dificuldade de se trafegar na área e pela nuvem de poeira que se forma a cada veículo que passa.
Por outro lado, a lagoa, que deverá, quando estiver concluído o projeto, transformar-se em um belíssimo e agradável quadro, lá está do mesmo jeito: tomada pelo mato e pelo lixo que ao longo dos anos foi atirado dentro dela e servindo de “pasto” a diversos equinos.
Sei que o trabalho completo que nela deve ser executado, só o será daqui a algum tempo, por se tratar de uma obra que requer muitos recursos financeiros, que no momento não são disponíveis. Sei também que o trabalho a ser executado no fundo de uma lagoa é técnico e melindroso, pelo risco de se exterminá-la, mas uma limpeza completa de seu interior e de suas margens deverá ser feito, visando aumentar sua profundidade e sua capacidade de captação de águas pluviais, o que poderá contribuir para se evitar o seu transbordamento, permitindo desde já uma esplêndida paisagem.
Mas tanto a recuperação do asfalto, como a melhoria do aspecto da lagoa, precisam ser executados no período da seca e é isto o que me preocupa.
Dentro de cinquenta dias mais ou menos, deveremos estar em pleno período chuvoso − aliás, é isto o que a maioria do nosso povo, que vive da agropecuária, deseja ardentemente − e então, a solução dos referidos problemas, terá que ficar para o ano que vem e permanecerá diante de nós e dos visitantes que aqui chegam, aquele quadro deprimente e não será surpresa se veículos chegarem a ser retidos pelos atoleiros que se formarão ali.
Como já se pôde ver que o Prefeito Arlindo não é daqueles de “deixar para depois”, fico na expectativa de que estas coisas que precisam ser feitas, o sejam ainda, antes das esperadas chuvas, para que aquele quadro seja desde agora, belo e atraente.
* 1: Leia “Asfalto Pífio no Entorno da Nova Rodoviária Após Inaugurada − Crítica de A Debulha − 1”.
* 2: Leia “Asfalto Pífio no Entorno da Nova Rodoviária Após Inaugurada − Construtora Sant’Anna Esclarece”.
* Fonte: Texto publicado com o título “Coisas que Precisam ser Feitas” no Editorial do n.º 75 de 31 de agosto de 1983 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.
* Foto: Publicada em 20/12/2013 com o título “Asfaltamento da Rua Sergipe no Bairro Lagoa Grande”.