COMPLEXO SOCIAL?

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AUTOR: RAFAEL GOMES DE ALMEIDA (1969)

Meus amigos, vamos hoje voltar os olhos para Patos de pouco tempo atrás!

Há de se admitir que todos se recordem quando foi lançado no Mercado patense, as quotas do Patos Social; ninguém deve ignorar que, algum tempo depois, era nos oferecido um quinhão do Caiçaras Country Clube; ainda hoje, com satisfação, nós recebemos as visitas dos corretores da Sociedade Recreativa Patense para que possamos nos tornar seus sócios proprietários; o Patos Tênis Clube, de roupa nova, de Diretoria nova, e, principalmente, com um espírito novo, nos ensina como se pode com o recurso parco de tantos, fazer alguma obra que beneficie a todos.

No alto da Colina, onde se ergue um novo Caiçaras, ninguém entende como a Diretoria dá conta de seu recado, embora saibamos do apoio dos associados. Senão maciço, foi quase maciço. Isto meus amigos, é sangue novo, sem direita, nem esquerda e que trabalha com a vontade de servir à coletividade. O clube do alto da Major Gote, nada paga aos seus Diretores, como não distribui dividendos aos seus associados. No entanto, nada recebendo, os associados estão dispostos a dar mais, para concluir a obra, pois existe um clima de confiança na Diretoria que quase sempre zelosa, presta conta dos centavos que se recebe. Na Rua Olegário Maciel, onde se edificou o PSC, a gente encontra uma diretoria que busca inovações, que promove, que trabalha com vontade de acertar e que acerta sempre. O PSC não dá dividendos e recebe o condomínio, que equivale a uma contra-prestação dos serviços que o clube nos presta ou que põe à nossa disposição. Se se verificar um exame de consciência, nós somos obrigados a nos convencer de que o PSC nos oferece mais do que nos cobra.

Em pleno coração da Major Gote esboça-se a edificação da Sociedade Recreativa Patense. O otimismo de seu jovem presidente já contaminou a todos nós, e já se sente dentro do nosso eu, o que de extraordinário será aquele clube. E quem duvida da realização?! Ninguém! No fim da Avenida Getúlio Vargas se instala o PTC. Poucos sabem o que se tem feito naquela Entidade. Mas paga a pena ver a obra extraordinária que ali se desenvolve. O clube recebe tostões de seus associados e os transforma em milhões de benefícios para a cidade. Nessa luta Social, luta de classe, de bem e principalmente, de realização, ninguém se opõe a ninguém e todos se sobrepõem a todos. Quem lucra é a cidade!

Estas informações que poderão ser comprovadas a qualquer tempo, servem para o desfecho de nosso comentário, porque se a Sociedade patense tem tanto, graças aos esforços de tão poucos, porque não reunir estas diretorias e partir com elas, para o início de uma jornada industrial que Patos necessita. Os nossos dirigentes sociais já cativam a simpatia e a confiança de nossa gente e temos certeza de que, num trabalho coletivo, serão capazes de instalar, em tempo recorde um extraordinário parque industrial em nossa Cidade. O que o povo anda cansado é de ver o seu patrimônio entregue nas mãos de irresponsáveis que muito prometem e nada fazem. No entanto, qualquer de nossos presidentes de clubes tem nos dado mais que esperávamos, sem que nunca nos prometessem coisa alguma. Agem por vontade de servir e servem sem nada ganhar.

Se nossos homens públicos, nossas entidades de classe e os Presidentes Sociais aceitarem a nossa sugestão, podemos afirmar que se feita, industrialmente, metade do que se conseguiu, socialmente, Patos de Minas estará recebendo o quíntuplo do benefício até então oferecido. É hora de acertar os ponteiros e provar que a nossa sociabilidade não é fruto de complexo.

* Fonte: Texto publicado na edição de 20 de março de 1969 do Jornal dos Municípios, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do UNIPAM.

* Foto: Quasequarenta.blogs.

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