VILA ABÍLIO QUEIROZ

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Nêgo Moreira, em seu livro “100 Anos de Sociedade de São Vicente de Paulo em Patos de Minas” (páginas 183 e 184), escreve sobre a Vila Abílio Queiroz:

Não encontramos nenhuma documentação sobre a origem desta Vila, constituída de nove pequenas casas, de construção muito precária. Guardamos todavia uma herança oral, que o Sr. Abílio Caixeta de Queiroz, um solteirão descendente de tradicional família patense e cristão católico de confirmada convicção na fé, foi o seu construtor, tendo como finalidade o abrigo dos pobres. Presume-se que após a construção da pequena Vila ele a tenha doado às Conferências Vicentinas. A partir dos anos cinqüenta, ocasião em que o autor destes relatos já militava no seio das Conferências de Patos de Minas, já esta Vila era administrada pela Conferência Santo Antônio, cabendo ao confrade Tarcílio Ribeiro a Zeladoria da Vila. Alguns anos depois, coube ao confrade Geraldo Caixeta de Melo, também da Conferência Santo Antônio, a Zeladoria da pequena comunidade habitacional de nossos pobres.

DESATIVAÇÃO DA VILA

Com a advento da criação da Diocese de Patos de Minas a 5 de abril de 1955, pela Bula Ex Quo Die, tendo como 1.º Bispo D. José André Coimbra e posteriormente D. Jorge Scarso, imperiosa se tornou a criação de um Seminário para a formação de Padres Diocesanos. Como a Vila Abílio Queiroz estivesse como que atrelada a terreno da Mitra Diocesana, ocupado pelo Seminário Pio XII, coube ao próprio Bispo D. Jorge Scarso a reivindicação da incorporação do terreno da Vila Abílio Queiroz ao patrimônio do Bispado, até porque a SSVP não detinha nenhum documento que lhe assegurasse o direito de posse da referida Vila. Assim sendo, o caminho encontrado foi mesmo a desocupação da Vila e a sua conseqüente demolição. Na data de 7 de outubro de 1.977, o Revmo. Padre Antônio Dias dos Reis, Reitor do Seminário, solicita ao Conselho central da SSVP a desocupação da Vila. Embora fosse uma notícia pouco auspiciosa para a Sociedade, o Presidente de então Dr. João Pessoa de Lima, não teve outra alternativa senão a de determinar a retirada dos pobres ali abrigados e proceder à demolição das casinhas. A ata da Assembléia Geral acontecida na Vila Padre Alaor no dia 15 de janeiro de 1.978, traz uma informação do confrade Geraldo Caixeta de Queiroz, um tanto drástica para os vicentinos: “A Vila Abílio Queiroz está demolida; fui autorizado a demoli-la, o que foi feito”.

O ASSUNTO VINHA DE LONGE − A ata de reuniões do Conselho Central datada de 14 de setembro de 1.962, traz o seguinte relato: “Geraldo Caixeta de Melo, Presidente da Conferência Santo Antônio e Zelador da Vila Abílio Queiroz, renuncia ao cargo de Zelador, uma vez que o seminário vai encampar dita Vila”. Para tanto, Dr. Benedito Corrêa da Silva Loureiro, Presidente do Conselho Central, nomeia uma Comissão para acertar com o Revmo. Padre Josias Tolentino, Reitor do Seminário, o problema da indenização das casinhas a serem demolidas. Esta comissão ficou composta dos confrades: Geraldo Caixeta de Melo, Aristides Rodrigues do Senhor Bom Jesus e Tarcílio Ribeiro (este último, ex-Zelador da Vila). Outras gestões foram ainda feitas referentes ao problema, mas o certo é que as casinhas foram demolidas, ficando o terreno integrado ao patrimônio da Mitra Diocesana.

NOTA: Na edição de 23 de junho de 1941 do jornal Folha de Patos, o artigo “Duas realizações”, de Antônio Mendonça Pinheiro, cita a criação da “Vila Abílio Queiroz” como sendo “Asilo São Vicente de Paulo”. Leia “Duas Realizações em 1941”.

* Fonte do artigo: Arquivo de Eitel Teixeira Dannemann.

* Fonte da NOTA: Arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Foto: Do arquivo da Escola Estadual Abílio Caixeta de Queiroz, publicada em 13/03/2013 com o título “Abílio Caixeta de Queiroz”.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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