Lá estavam os Biguás reunidos num monte de areia abaixo a poucos centímetros da lâmina d’água da Lagoa Grande. Cobertos apenas pelos pés, ali cada um cuidava de seus afazeres tradicionais da espécie. Sabe-se lá se discutiam sobre a próxima refeição, sobre a nova máquina de asfalto da Prefeitura que está renovando o piso da Cidade ou se era sobre o insuportável e eterno ronco das motos ensurdecedoras que autoridade alguma consegue inibir. Eis então que, solenemente, uma Garça pousou ao lado deles. A branquela fitou os pretos, ficou instigando, tentou contato, mas os outros continuaram seus cuidados e nem aí para ela. Daí, questão de quinze minutos, quando muito, vendo que era ali desprezada, a Garça se mandou. Quem sabe numa próxima?
* Texto e foto (08/06/2019): Eitel Teixeira Dannemann.