Inteligentemente, nossos pioneiros conservaram prudente distância das margens do Rio Paranaíba. Assim, nas grandes cheias ele saltava de seu leito e assumia proporções amazônicas, deixando a cidade ilhada, pelo bloqueio da única estrada que nos ligava ao sul, mas nenhuma família sem teto. Este sábio comportamento foi quebrado em meados da década de 50, quando um prefeito, certamente forrado de boa intensão, mas desavisado sobre as perigosas consequências de seu gesto, estimulou a ocupação de uma área demasiado próxima do rio, a Vila Operária, cuja parte mais baixa representa um ponto crítico da cidade, em termos de segurança. O tempo passou, o bairro se transformou em São José Operário e as construções continuaram indevidamente, chegando ao cúmulo de construírem um modesto estádio de futebol¹ num local sabidamente alagável. Quer dizer, trocaram seis por meia dúzia. Vai daí que, pelo menos em três ocasiões, de acordo com a opinião de alguns moradores, a água chegou até o meio do muro que cerca o campo atingindo também inúmeras casas. Essa visão tem seu foco na descida da Rua Florianópolis quase esquina com a Duque de Caxias.
* 1: Na gestão do prefeito Arlindo Porto Neto (1983/1989) as casas que ocupavam a baixada da Vila Operária foram demolidas. Para abrigar os moradores, foi construído o loteamento Jardim Aquarius, que depois se transformou em bairro. No local das casas demolidas, já na gestão de Antônio do Valle Ramos (1989/1992), foi construído o Estádio Beira Rio e cedido em comodato ao Esporte Clube Paranaíba. Leia “”Mutirão da Solidariedade de 1984”, “Mutirão em Prol dos Desabrigados da Chuva − 1984”.
* Texto e foto (21/04/2015): Eitel Teixeira Dannemann.