METEORITOS PATENSES

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Os registros históricos apontam que dois meteoritos caíram em solo patense. Mas há divergências nas informações. Uns dizem que o primeiro foi em 1925, pesava 32 kg e está em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro, aquele que foi consumido pelas chamas, e tem gente que afirma que lá existem diversos meteoritos patenses.  Outros dizem que era de 200 kg e foi outro caído no mesmo ano. Ainda outros dizem que o de 200 kg caiu em 2002, e não em 1925, e que também está em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro, tendo inclusive gravado na sua base o nome Patos de Minas, onde estava depositado para apreciação. Ainda há citações sobre os dois do mesmo ano de 1925, sendo apresentado o peso de 32 kg para um e uma interrogação para o outro. O único fato concreto sobre meteorito patense é que em 1925 caiu um à margem do Córrego Areado, sem definição do local exato, hora e dia da queda, e muito menos quem foi o responsável pela descoberta. O bloco de ferro foi estudado pelo renomado engenheiro civil e geocientista Djalma Guimarães (Chefe do Serviço de Geologia do Instituto de Tecnologia Industrial do Estado de Minas Gerais), descobridor das jazidas de nióbio em Araxá. Os estudos sobre o dito artefato cósmico foram publicados em 1958:

Seu peso é de 32 quilos, tem forma oblonga e apresenta habitual delgada crosta negra de oxidação. Pequena fatia foi talhada em uma das extremidades para estudo microscópico e analise química. Em seção de 5×5 cm mostrou-se homogêneo e sem inclusões visíveis, Dessa fatia foi obtida uma placa, com auxilio de uma fina serra de aço, e em uma das faces preparou-se boa superfície polida. A princípio surgiu dificuldade em se conseguir um polimento especular, devido a presença de minúsculos cristais que se destacavam e produziam riscos na superfície. Com o emprego de tecido especial e óxido de cromo, A. A. de Oliveira conseguiu um grau de polimento bastante elevado para nítida observação em luz refletida. Os cristais responsáveis pelos arranhões da placa e suas formas conduziram a suspeita de se tratar da rabdita (schreibersita), além da dureza muito superior a da massa de ferro-níquel.

Os ensaios de ataque com soluções de acido crômico, sulfúrico e amônio-cloreto de cobre, revelaram as linhas de Neumann, mas deixaram intactas as superfícies polidas dos cristais, cujas formas retangulares, rômbicas e quadradas confirmaram a presença de rabdita, que tem forma cristalina tetragonal. A rabdita tem maior poder refletor do que a massa de ferro-níquel; seu brilho prateado e o mesmo dos cristais isolados pelo ataque com acido sulfúrico diluído, levado a efeito em um fragmento do meteorito. A troilita ocorre em minúsculas pontuações e não raro agregadas aos cristais de rabdita; também foi identificada a grafita em minúsculos grãos e lâminas. Da exposição acima infere-se pertencer o meteorito ao tipo Hexaedrito, constituída de Kamacita, com pequena percentagem dos minerais já referidos. O meteorito foi oferecido pelo eng.º Alberto Inchausti Velasco. Analise química em percentual, feita pelo Instituto de Tecnologia Industrial: Ferro, 94,70; Níquel, 5,29; Cobalto, 0,07; Enxofre, 0,08; Fósforo, 0,06; Silício, 0,06; Carbono, traços.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Fonte e foto: Meteorito do Córrego de Areado, Patos, Minas Gerais (1958), de Djalma Guimarães, Chefe do Serviço de Geologia do Instituto de Tecnologia Industrial do Estado de Minas Gerais.

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