No início da década de 1950 o aeroporto de Patos chamava-se “campo de aviação”. Ele era localizado mais ou menos entre onde hoje ficam o Hospital Vera Cruz e a Lagoa Grande.
Final de ano, chovia barbaridade. E não sabemos por qual motivo um teco-teco aterrissou no “campo de aviação”. Até aí tudo bem, apesar de que só o fato já era uma boa notícia: havia um avião aqui em Patos.
E o que veio a acontecer é que foi o grande sucesso: o teco-teco atolou e não tinha nada que o tirasse do atoleiro.
O piloto cuspiu marimbondo, de ódio. Primeiro, porque não sabia o que viera fazer na cidade; segundo, porque chovia demais; e terceiro, o bendito avião atolara.
Nesse momento, vem passando um senhor montado em seu cavalo, olhando boquiaberto para aquela cena.
O piloto, puto da vida, pergunta ao matuto:
– Nunca viu avião, não?
E, calmamente, este responde:
– Atolado, não!
* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.