PORQUE ACONTECEM INUNDAÇÕES NA CIDADE

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A cidade de Patos de Minas faz parte da bacia hidrográfica do Rio Paranaíba e dos seus afluentes: Ribeirão da Fábrica, Córrego do Monjolo, Córrego da Cadeia, Córrego Água Limpa, entre outros. A cidade apresenta a sua ocupação às margens destes cursos d’água e junto a suas encostas, com variação altimétrica em torno de 250 metros numa extensão média de 5 km. Fazem parte as seguintes sub-bacias:

Sub-bacia Córrego do Limoeiro – SBCL, localizada ao longo das regiões norte, nordeste e noroeste da cidade é de ocupação recente, com vários loteamentos e com um número grande de lotes vagos, não apresentando ainda problemas sérios de drenagem, mas que precisa de definição correta para o manejo adequado das águas pluviais.

Sub-bacia do Córrego Água Limpa – SBAL, localiza-se em uma região mais consolidada da cidade, com grande ocupação demográfica, com uma população de 9098 habitantes (dados do IBGE de 2007). Existem problemas sérios de drenagem, tendo em vista a impermeabilização do solo, sem a existência de bacias de detenção e ou amortização e nem dispositivos de drenagem, como canaletas e redes  coletoras. Nos pontos de concentração da bacia é sofrido com o alagamento das ruas e calçadas.

Sub-bacia Nossa Senhora de Fátima – SBNSF, localiza-se na região noroeste da cidade, com uma ocupação urbana de 9048 habitantes e com grandes loteamentos. Falta drenagem pluvial na área de ocupação mais antiga da bacia. As ruas São Geraldo, Caetés, Olímpio Ferreira e outras apresentam sérios problemas como áreas erodidas devido a grande concentração dos deflúvios¹ e a falta de dispositivos de drenagem.

Sub-bacia Córrego da Cadeia – SBCD, nas regiões nordeste, centro e oeste da cidade, com 18534 habitantes, também enfrenta graves problemas de drenagem urbana. Constantemente águas pluviais têm invadido edificações em diversos logradouros, causando grandes riscos e prejuízos à população. Como exemplo as Ruas Major Gote, Maestro Randolfo (onde se localiza um hospital), Cesário Alvim e Dr. Adélio Maciel. Isso se deve a falta de um sistema de drenagem adequado para captar as águas. Já existe o sistema de macro drenagem, o Córrego da Cadeia já se encontra canalizado, mas não existe a micro drenagem, acarretando em um grande acúmulo de águas nos pontos baixos da bacia, onde acontecem as inundações.

Sub-bacia do Córrego do Monjolo – SBMJ, afluente do Ribeirão da Fábrica, pertence às regiões centro, leste e nordeste da cidade, com 36638 habitantes. Parte desta bacia se encontra consolidada e parte ainda não foi ocupada. O sistema de macro drenagem existente é falho, subdimensionado, com vários pontos de estrangulamento. A caixa do canal existente do Córrego do Monjolo, Avenida Fátima Porto, em chuvas com concentração elevada, não comporta o volume de águas recebido, ocorrendo o derramamento, provocando a inundação das edificações lindeiras, com frequentes riscos e prejuízos aos moradores e ao município que constantemente tem que recuperar a pavimentação das vias. E também prejudicando grandemente o sistema viário urbano, com a interrupção do tráfego da Avenida Fátima Porto, via arterial que faz a ligação norte-sul da cidade.

Sub-bacia do Ribeirão da Fábrica – SBRF, recebe toda a contribuição da SBMJ e também da sub-bacia do Córrego Canavial, sendo que esta última apresenta melhores condições naturais, com suas características naturais ainda preservadas, mas que faz parte do perímetro urbano e com previsão de grandes loteamentos. É necessário, portanto, um planejamento correto para o manejo das águas pluviais. A taxa de ocupação urbana desta bacia é alta, 17970 habitantes, e com sérios problemas de drenagem, inclusive com ocupação urbana em áreas de inundação. É o que ocorre também nas SBSL e SBST, onde existe também uma ocupação irregular em áreas de inundação do Rio Paranaíba.

Podemos perceber que a infraestrutura de drenagem urbana existente não tem demonstrado eficiência, sobretudo no tocante à adequada coleta das águas pluviais que, em decorrência da topografia urbana, tem gerado enormes danos ao meio ambiente com a proliferação de processos erosivos, ainda na área urbanizada, e a destruição constante da pavimentação. Na parte inferior das sub-bacias os processos erosivos já consomem grandes áreas e ameaçam vias públicas e construções residenciais.

A drenagem existente situa na parte mais urbanizada e baixa da cidade (Córrego do Monjolo e Córrego da Cadeia). As águas pluviais chegam nestes pontos com grande volume e alta velocidade, dificultando a sua captação, ficando as redes e galerias existentes subutilizadas por não existir a micro drenagem. A inexistência de bacias de contenção e de micro drenagem a montante desses pontos favorece a ocorrência de inundações.

Conforme pode ser evidenciado no período chuvoso, a cidade sofre com os problemas causados pela chuva. Diversos pontos da cidade são atingidos pelas inundações, uma vez que a cidade não possui sistema de manejo de águas pluviais adequado para minimizar os impactos provocados pela água das chuvas. Em diversos locais, casas são inundadas, deixando os moradores desabrigados, em situação de risco, ruas ficam inundadas, impossibilitando o tráfego de veículos e colocando em risco os transeuntes e moradores.

* 1: É o processo pelo qual a água de chuva, precipita na superfície da Terra, fluindo por ação da gravidade, das partes mais altas para as mais baixas, nos leitos dos rios e riachos.

* Fonte: Termo de Referência Para Elaboração de Estudo de Concepção Para Gestão das Águas Pluviais/Manejo de Águas Pluviais de Drenagem Urbana – Prefeitura Municipal de Patos de Minas/2011.

* Foto: Pt.depositphotos.com.

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