Os dois concursos preparados pela Casa da Cultura de Patos de Minas – “Fotografe Nossa Cidade” e “Noite da Poesia” – foram como “um tiro na mosca” dado pela entidade promotora do VII Encontrão “Cantando na Praça”. O primeiro teve seu resultado divulgado na noite de abertura do evento cultural, dia 26, reuniu a “nata” da fotografia patense e premiou Willer Luiz Lopes, autor de uma foto obtida no Bairro Lagoinha, retratando a fachada de uma casa modesta e a figura de uma senhora “internacionalmente” conhecida naquele bairro.
O “Fotografe Nossa Cidade” premiou ainda Sebastião Teles Pereira (2.º colocado) e José Gil Silva (3.º colocado). A Casa da Cultura aproveitou a oportunidade e prestou uma homenagem – muito justa – a Chilon Gonçalves, um cidadão patense por resolução do Legislativo local e por sua própria opção, que foi o precursor da fotografia em Patos. Mais empolgante que o “Fotografe Nossa Cidade”, só mesmo o que viria 24 horas depois, na noite do dia 27, completando o que já valeria o ingresso (o VII Encontrão): ou seja, o concurso literário “Noite da Poesia”.
Numa noite quente, na Sociedade Recreativa Patense (eta lugarzinho abafado, heim…), rolaram belos trabalhos literários, desde as ingênuas poesias da categoria infantil até as composições em farpas dos adultos, passando, logicamente pelo “observatório” poético dos adolescentes na categoria juvenil. Foi um tiro na mosca, sem qualquer dúvida. A “Noite da Poesia” foi capaz de lotar a Recreativa; repleta de poetas, poetinhas, poetões e aspirantes aos cargos. Perto de 200 poesias foram inscritas no concurso, sendo selecionadas 35 para serem apresentadas na noite do dia 27.
Criança, de Gislene M.ª Batista Magalhães, venceu na categoria infantil; Trair-se, Deixar Trair-se, de Rita de Cássia Pereira, foi considerada a melhor dentre os juvenis; e Sopro das Madrugadas, de Wander Porto, ficou em 1.º lugar na categoria adultos. As poesias, apresentadas verbalmente por seus autores ou intérpretes, arrancaram risos, suspiros e emoções dos presentes. Destaque para Jaqueline, que declamou a poesia vencedora da categoria juvenil. Eugênio Tadeu, que apresentou Um Certo País Grande, 3.ª colocada entre os adultos; e Nilo Alves, autor e intérprete de Zé (adultos), responsável por um verdadeiro show no palco da Sociedade recreativa Patense. Receberam prêmios e troféus os primeiros colocados de cada categoria. Na categoria adultos, o 2.º (Ambiguidade, de Aurélio Rocha), e 3.º colocados também receberam troféus.
De parabéns está a Casa da Cultura, presidida por Romero Santos, pois promoveu algo parecido com uma injeção de estímulo no setor literário: sempre muito carente, em Patos, desse tipo de iniciativa. Até convém repetir: se o VII Encontrão se resumisse no concurso “Noite da Poesia”, ainda assim já teria sido válida a promoção. Estaria pago o ingresso!
* Fonte e foto: Texto publicado com o título “Um Tiro na Mosca” e subtítulo “Fotografe Nossa Cidade e Noite da Poesia – dois concursos que valeram um Encontrão de muitos talentos” na edição n.º 182 de 31 de março de 1988 da revista A Debulha, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.