Com um número de alunos bastante reduzido, a tradicional Escola Estadual Professora Elza Carneiro Franco, o Polivalente¹, não consegue usufruir como deveria de sua grande estrutura. A instituição de ensino que chegou a atender até 3.000 alunos, hoje conta com cerca de 189 estudantes do sexto ano ao terceiro ano do Ensino Médio, e também dos cursos profissionalizantes oferecidos nas áreas de administração e marketing. A escola também abriga o CAP – Centro de Apoio à Pessoa com Deficiência Visual.
Um movimento com a participação de educadores e de diretores da escola e com o apoio da vereadora Edimê Avelar, o S.O.S Polivalente, tenta sensibilizar autoridades e buscar soluções para reavivar o número de alunos e evitar que nos próximos anos a instituição de ensino seja fechada. A vereadora Edimê Avelar lembrou o número de cursos, projetos e a representatividade que a escola Polivalente teve em tempos passados. Ela ainda informou que planeja uma grande mobilização no próximo dia 24 de maio, durante as comemorações do aniversário da cidade, onde todos os programas oferecidos pela escola serão apresentados à comunidade como uma forma de chamar a atenção para a importância da manutenção do educandário.
Como medidas tomadas para manter o funcionamento da escola, a Superintendente Regional de Ensino, Elizabeth Nascimento afirmou que junto à Secretaria de Estado da Educação foram implantados os cursos profissionalizantes no período noturno. São duas turmas para o curso de Administração e uma turma para Marketing que terão continuidade e serão concluídos nos próximos meses. De acordo com ela, este ano ainda não foram disponibilizados novos cursos porque a SES está avaliando uma reestruturação e há possibilidade de que a capacitação seja oferecida concomitante ao Ensino Médio.
A superintendente explicou ainda que o principal problema está nos anos iniciais, onde já não são mais ofertadas turmas. A quantidade de alunos foi tão reduzida, que este ano, por exemplo, Elizabeth Nascimento confirmou que a escola teve no sexto ano, apenas cinco alunos matriculados e apenas dois frequentes, o que obrigou a instituição a remanejar os estudantes para outras escolas. Ela ainda confirmou que representantes da SES visitarão a escola nos próximos dias para avaliar o motivo porque os alunos não estão demonstrando interesse em permanecer na escola. “Não temos problemas de disciplina ou vandalismo, temos excelentes professores e estrutura física. Não sabemos se é pela localização da escola, nós queremos saber porque isso está acontecendo”, disse. A superintendente lembrou ainda que a escola está num local privilegiado, próximo ao novo Fórum, à Secretaria Municipal e Educação e Restaurante Popular.
Nos próximos dias 21, 22 e 23 de março, Elizabeth Nascimento confirmou que estará em Belo Horizonte, na Secretaria de Estado da Educação discutindo soluções para o problema. A Superintendente lembrou também que é importante conscientizar as famílias, no sentido de incentivar que os alunos que moram próximo à escola se matriculem e permaneçam no Polivalente. “Todas as escolas públicas estaduais são boas, o itinerário pedagógico é o mesmo para todas. O meu desejo é que realmente a gente repovoe a Escola Polivalente”, finalizou.
Outra instituição de ensino do Estado que vem sofrendo a redução de alunos gradativamente é a Escola Coronel Osório, localizada na Rua Duque de Caxias, no bairro Brasil. A instituição de ensino cumprirá somente mais esse ano letivo e fechará as portas. A Superintendente de Ensino afirmou que não faltaram esforços por parte da diretoria em mobilizar as famílias e os alunos do bairro para permanecerem na instituição, mas diante do número reduzido de matrículas para o primeiro ano do Ensino Fundamental, a decisão foi mesmo encerrar as atividades. “Não podemos deixar uma escola funcionando dessa forma, gastando dinheiro público. Seria uma irresponsabilidade”, ressaltou. De acordo com Elizabeth Nascimento já houve um contato com a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Educação, para que os alunos que restaram na E.E. Coronel Osório sejam absorvidos pelo Município, por meio da E.M Frei Leopoldo que está mais próxima. A Superintendente de Ensino diz que embora exista a lei do zoneamento para matrícula de alunos, no caso da escola Coronel Osório, existe mesmo é a falta de alunos naquela região. Elizabeth Nascimento explicou que o funcionamento de turmas com número extremamente reduzido só é aprovado pela SES em casos específicos, como por exemplo, em Distritos da zona rural onde não há outra opção de instituição de ensino.
* 1: Leia “Inaugurado o Ginásio Polivalente – 21/09/1971”.
* Fonte: Texto de Rejane Gomes publicado com o título “Superintendência de Ensino busca alternativas para resgatar a Escola Polivalente em Patos de Minas” na edição de 11 de março de 2017 do jornal Folha Patense.
* Foto: Portalcbncampinas.com.br.