BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES: ALEGRIA DOS BAIXINHOS EM 1988

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Sem a violência utilizada pelos heróis dos desenhos animados para vencer as “forças do mal”. Foi assim que a peça infantil “Branca de Neve e os Sete Anões”, apresentada pela FUCAP (Fundação Cultural do Alto Paranaíba) nos dias 2 e 3 deste mês, conseguiu levar ao delírio os cerca de 1.500 espectadores que compareceram ao Cine Riviera – a maior parte constituída de crianças. O espetáculo foi uma prova contundente de que se pode divertir o público mirim sem lhe impor os valores cultuados pela televisão, como a violência e a competição enquanto rivalidade.

Para as crianças, parece não ter tido nada melhor no começo das férias escolares. O envolvimento do público infantil na história encenada pelos alunos e professores do Centro de Artes da FUCAP foi algo espontâneo. Os “baixinhos” patenses deram o seu recado como platéia, logicamente prejudicando alguns diálogos, mas dando vida ao espetáculo como um todo, torcendo pela vitória (já esperada) das “forças do bem”.

No tocante à peça propriamente dita, dois pontos merecem destaque. O primeiro deles encantou a todas as crianças presentes ao Riviera: o instante em que a Rainha (malvada) se transformou, através de bruxaria, numa velhinha vendedora de pentes “mágicos” para enfeitiçar Branca de Neve e fazê-la dormir para sempre. A transformação – saída de cena da atriz Lília Mota (rainha) e o surgimento de Cidinha Morais, caracterizada como a velhinha má – impressionou as crianças, dada a perfeição com que a mutação foi encenada.

O outro ponto a destacar refere-se à cena do bosque. O desempenho perfeito dos pequenos atores (em sua maioria) deu a exata sensação de que a natureza realmente estava viva na floresta. A movimentação dos atores no palco do Riviera transmitiu tal sensação, acrescida da música feita por Anísio Dias para aquela cena, que caiu como uma luva, demonstrando todo o talento do compositor e professor da FUCAP. Aliás, é possível que pouca gente tenha percebido a sensibilidade do compositor, o que não nos impede de reconhecer que ele aliou os sons à estória, criando os climas previstos nos momentos certos.

Finalmente, vale registrar que a identificação das crianças com o espetáculo resultou num lance emocionante. Terminada a apresentação da tarde de sábado, um garotinho correu ao palco apara abraçar o ator Evander Luiz (o Príncipe). “Obrigado por ter salvado a Branca de Neve”, disse o menino. Ambos choraram.

* Fonte: Texto publicado com o título “Alegria Dos Baixinhos” e subtítulo “Branca de Neve e os Sete Anões encantou as crianças, que lotaram o Cine Riviera nas duas apresentações” na edição n.º 189 de 15 de julho de 1988 da revista A Debulha, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Englishinbrazil.com.br.

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