Não se sabe se foi plantado ou se nasceu espontaneamente. O que se sabe é que um pé de goiaba cresceu às margens da Lagoinha. Cresceu, com muita luta, num tronco retilíneo e sadio. Num triste dia passaram-lhe o machado ou o facão, rente ao solo. Foi muita dor, mas ele sobreviveu, e num suspiro de revanche e revolta, resolveu recrescer em dois troncos. E para demonstrar o desprezo pela raça humana, e também a dor eterna, cada galho se contorceu formando um S de sofrimento. Foi o bastante para os humanos extirparem as ainda pequenas copas. Mas a goiabeira é dura, resistente e poderosa. Orgulhosamente mostra ao ser dominador que, mesmo com tanta violência, ela resiste no pequeno broto que busca a eternidade. Até quando… não se sabe!
* Texto e foto (04/06/2015): Eitel Teixeira Dannemann.