Desde nova fui simples, humilde e aconcheguei inúmeras consciências. Sabe-se lá que consciências. Mas, desde o primeiro tijolo assentado, passei a pertencer à História de Patos de Minas. Prestes a encerrar o meu ciclo de vida, quando eu for ninguém mais se lembrará de mim, a não ser as consciências que me habitaram. Vou em paz, e mesmo não sendo reverenciada como os casarões da elite, jamais deixarei de fazer parte da existência da cidade. Estou nas minhas últimas forças, mal me sustentando em pé, ali no n.º 506 da Rua José Caixeta, entre Rua dos Guaranis e Rua dos Bariris, divisa dos Bairros Nossa Senhora das Graças com Padre Eustáquio. Tenho muitas saudades daquele tempo. Aqui era um lugar calmo, parecendo até roça, com poucas casas, todas simples como eu. É neste endereço onde eu humildemente espero o meu fim. Este verso da música “Peso dos Anos”, de Walter Rosa e Candeia, fala por mim: Sinto que o peso dos anos me invade, vejo o tempo entregar à distância minha mocidade. Oportunamente partirei abandonando as coisas naturais, mas deixarei saudade. Com certeza, e assim vou para a eternidade!
* Texto e Foto (12/06/2016): Eitel Teixeira Dannemann.