Desde nova fui simples, humilde e aconcheguei inúmeras consciências. Sabe-se lá que consciências. Mas, desde o primeiro tijolo assentado, passei a pertencer à História do Município de Patos de Minas. Prestes a encerrar o meu ciclo de vida, quando eu for ninguém mais se lembrará de mim, a não ser as consciências que me habitaram. Vou em paz, e mesmo não sendo reverenciada como os casarões da elite, jamais deixarei de fazer parte da existência deste pedaço de chão abençoado. Estou nas minhas últimas forças, mal me sustentando em pé, ali no Km 18,5 da estrada LMG-463 que nos leva até os Distritos de Pindaíbas, Chumbo e Major Porto. É neste espaço rural onde eu humildemente espero o meu fim. Aqui, neste ambiente bucólico, sempre respirei ar puro, sempre fui rodeada por pessoas simples, da roça, onde ouvia conversas para lá de pitorescas. Este verso da música “Peso dos Anos”, de Walter Rosa e Candeia, fala por mim: Sinto que o peso dos anos me invade, vejo o tempo entregar à distância minha mocidade. Oportunamente partirei abandonando as coisas naturais, mas deixarei saudade. Com certeza, e assim vou para a eternidade!
* Texto e Foto (12/05/2016): Eitel Teixeira Dannemann.