Sabe-se lá o dia, nem se imagina o mês, mas foi em 2015. Então, eis que um veículo do além surge sabe-se lá de onde e estaciona num determinado espaço lateral da Avenida Marabá quase em frente a um posto de gasolina e a um hipermercado¹. Durante mais de sete meses, por ele passou polícia civil, passou polícia militar, passou homem de capote preto e outras autoridades. Não importa, o Veículo do Além continuou no mesmo lugar servindo de troféu a todos eles. Mas eis que, no início de novembro de 2015, algo milagroso aconteceu: o Veículo do Além, mesmo sem duas rodas, se movimentou algo em torno de 100 metros Avenida Marabá acima e lá voltou ao seu repouso tradicional.
O cidadão Jacinto Leite Aquino Rego, morador no entorno, presenciou o milagre e faz questão de relatar, pois considera que foi um ato de demonstração do Poder Público em solucionar problemas a serem solucionados. No caso, tirar o veículo da frente do posto de gasolina e do hipermercado. Diz ele, emocionado, que na semana passada, por volta das duas horas da manhã, resolveu dar uma caminhada para se espairecer do calor. Foi quando verificou a presença de doze representantes do Poder Público dando-se as mãos em volta do carro. Escondido, ele ficou extasiado. Chegou a ouvir um deles dizer que era para levar o veículo até o trevo com a Rodovia do Contorno e lá jogarem num mato qualquer. Então, envolvendo o carro num círculo, suas mentes conectadas conseguiram levantá-lo. E assim, passo a passo, foram levando-o Av. Marabá acima. Infelizmente, tinha uma mulher com TPM que desconcentrou o grupo. Por causa disso, não conseguiram movê-lo mais que cem metros.
Diz o Jacinto que o Veículo do Além lá ficou, mas que reuniões estão sendo programadas por aquele grupo de autoridades comprometidas com o progresso de Patos de Minas para repetirem brevemente o processo. Assim, ele, o Jacinto, espera que não muito longe no tempo o Veículo do Além será definitivamente extirpado da Avenida Marabá e jogado num mato qualquer lá pras bandas do Além.
* 1: Leia “Veículo do Além”.
* Texto e foto (14/11/2015): Eitel Teixeira Dannemann.
