Se roupa suja se lava em casa, acho que em termos de cultura é melhor nós abrirmos uma lavanderia, porque um tanque só não vai dar. Sendo assim, achamos por bem começar a trocar algumas idéias, e um pouco de chumbo quente com quem milita nessa área. Começamos com a FUCAP – Fundação Cultural do Alto Paranaíba, que agora está completando seu segundo ano de existência.
Reunimos na casa do João Marcos Pacheco, o Carlos Alberto Donâncio Rodrigues (Xaulim), o Eugênio de Melo Ribeiro e o Antônio Laércio Rocha, e aí, entre um pão de queijo e outro, na distância de dois cafés, saiu essa confusão toda que estava entalada.
É necessário que a coisa toda vá esquentando devagarinho. Então vamos começar do comecinho. A história da FUCAP. Porque, quem, quais os motivos que levaram vocês a tomar essa decisão de criar uma fundação?
JOÃO MARCOS – O Xaulim poderia falar…
XAULIM – Você podia falar, João Marcos. Eu prefiro falar de outras coisas.
JOÃO MARCOS – Bom, a idéia da fundação, não tenha dúvida nenhuma; porque isso já está mais do que dito, foi do Carlos Alberto e minha. E nasceu realmente para aproveitar as pessoas que estavam em Patos, ativas ou inativas transitoriamente, reuní-las numa equipe só com a proposta de realizar um trabalho o mais orientado possível; o mais planejado possível, já que a gente sentia a necessidade de uma organização maior do trabalho cultural e artístico em Patos e que pudesse ter uma abrangência regional. Então a idéia foi nossa, a proposta de se partir para uma Fundação veio através de várias conversas que nós mantivemos. Primeiro conhecendo os pontos de vista, o que era comum e o que não era, onde a gente poderia discordar. Nisso ai, talvez a gente tenha feito uma meia dúzia de encontros, conversando. Depois partimos de um ponto básico que seria um regimento, um regulamento, um estatuto de outra fundação. Fomos adaptando naquilo que achamos necessário, acrescentando e eliminando coisas e pronto. O começo foi desse jeito. Depois veio a escolha do pessoal para compor o Conselho Curador. Isso foi uma escolha que o Carlos Alberto e eu, de certa maneira, fizemos. Analisamos a sintonia das pessoas que poderiam vir a trabalhar na Fundação, porque é lógico que o ponto mais importante é que as pessoas que trabalham juntas, queiram e gostem de trabalhar juntas. Vieram surgindo os nomes, e começamos os contatos diretos, através de convites. Cada um que nós convidamos, era comunicado aos outros que já havíamos chamado. A aceitação era mútua das pessoas que convidamos para o Conselho Curador e chefias de departamentos dentro da Fundação Cultural. Isso aconteceu em final de 82 e em dezembro desse mesmo ano nós empossamos a diretoria. Efetivamente a Fundação existe a partir de 19 de janeiro de 1983, que é a data da escritura pública de instituição da Fundação.
Uma longa história, que no “disse que disse”, está cheia de arestas que precisam ser aparadas. Por exemplo: Nas reuniões para escolha dos membros do Conselho Curador como é que ficaram as instituições culturais que já estavam por aí? O Clubinho, a Casa da Cultura, e outros. Esse pessoal participou das reuniões, foi convidado para elas? Como é que ficou isso aí?
JOÃO MARCOS – Não, não participaram não. A Fundação Cultural realmente por força de instituição, por característica de fundação é instituída por outorgantes. Oas outorgantes foram o Carlos Alberto e eu. Houve um entendimento entre nós dois, e posteriormente com os elementos que nós convidamos. Não houve troca de experiências ou de idéias, com as entidades já existentes, porque a Fundação não veio para eliminar nenhuma das que já existiam. Ela veio para se associar a elas no trabalho, mas com uma proposta definida.
Mas havia uma ideía de que a Fundação iria agregar todas as associações culturais do Alto Paranaíba. Isso ainda está de pé? Como é que está funcionando isso ai?
XAULIM – Só um pouquinho, João Vicente. É que a característica da Fundação, não permite que ela seja constituída por pessoas jurídicas, ou seja, por característica ela deve ser constituída essencialmente por pessoas físicas. Eu queria acrescentar ao que o João Marcos disse, que apesar dessa idéia ter sido minha e dele, a idéia de fundação é mais antiga, e isso já era latente em todos os componentes que hoje fazem parte dela. O que houve foi uma tomada de iniciativa por parte minha e dele de convidar outras pessoas. Com tanta seriedade que todos os outros componentes aceitaram participar de imediato. Acho que isso veio consolidar toda uma perspectiva de trabalho cultural. Porque esse pessoal não estava parado, mas tendo uma atuação muito aquém do potencial que eles teriam e têm de atuação no movimento cultural.
JOÃO MARCOS – É. Nossa iniciativa é apenas iniciativa mesmo. A Fundação não é propriedade de ninguém. Ela se rege, se dirige, pelo Conselho Curador. Nós fizemos apenas o gesto legal da instituição, e não reunimos em torno de nós dois, pessoas que iriam trabalhar sob nossa tutela. Alguém tinha que dar o passo legal, tomar a iniciativa, assumir as responsabilidades de fazer contatos definitivos e convidar os elementos para compor um conselho. Os outorgantes, são uma exigência da lei e não a sujeição do Conselho Curador a eles. Agora, isso que você falou em termos de reunir as entidades congregadas em Patos, nunca foi proposta da Fundação. Em termos de estatuto, a proposta é coordenar o movimento cultural e artístico de Patos e Alto Paranaíba, e não uma coordenação tutelar, de subserviência das outras entidades. E sim de manter o bom relacionamento com as entidades no sentido de que a coisa fique mais coordenada, mais objetiva e sem choques de atividades dentro da cidade e na possibilidade de região também. Nunca foi proposta eliminar nenhuma das entidades, todas elas devem continuar o seu trabalho, e a FUCAP seria um ponto centralizador. Com isso não quer dizer que a entidade deve pedir autorização à Fundação, nem se submeter a ela. Quem se propõe coordenar só pode coordenar as pessoas que se interessam pela coordenação. Coordenar é uma atitude que se faz num bom clima de relacionamento e não ditando normas. Nós não pretendemos, nem nunca pretenderemos fazer esse tipo de coisa.
É bom ficar claro, que eu sou um entrevistador independente do relacionamento que eu tenho com todo mundo da Fundação. Não me interessa fazer propaganda, espero só respostas.
JOÃO MARCOS – Tudo bem. Quanto mais você puder fazer o outro lado, melhor. Porque tem muitas perguntas que muita gente são têm coragem de fazer.
Essa idéia de congregar, acho meio ditadora. E é com razão que o pessoal do movimento cultural de Patos, vê isso como…
É, isso aí. Vocês têm a bola e o campo, e só jogam se estiverem de ponta de lança.
XAULIM – Eu acho esse negócio muito interessante, e deve ser registrado. Essa proposta de se criar a Fundação foi apresentada na segunda reunião que houve depois da realização do I Encontrão, lá no Teatro Telhado. A proposta foi que aquele núcleo que formou a comissão Pró Casa da Cultura deveria permanecer até o Encontrão seguinte para que essa idéia viesse a amadurecer. Essa outra fundação seria um pouquinho diferente do que é a FUCAP, mas de forma que fosse composta pelas pessoas que militavam nas outras entidades. Ou seja, ia ser uma coisa tão abrangente quanto a FUCAP hoje, mas essa idéia não foi aceita. As pessoas que estavam na reunião acharam melhor instituir a entidade. A partir dai, as pessoas continuaram trabalhando. Por fim houve um desencontro de proposta das entidades com um desencontro de propostas de trabalho de uma série de pessoas: no caso, eu o João Marcos e outras pessoas que hoje estão na Fundação. Houve esse desencontro e as pessoas foram se afastando. Então eu acho importante essa proposta da Fundação. Então eu acho importante arrebatar isso, quer dizer, essa proposta da Fundação, não foi que as pessoas, João Marcos, Laércio, Heitor, o Eugênio, o Marquinho, o Dalla, tiraram de repente do fundo do baú uma fórmula mágica para compor a FUCAP. Não. Essa proposta já havia sido apresentada antes da fundação da entidade Pró-Casa de Cultura porque o que a gente quer é que a Fundação seja um órgão de ação política em prol da cultura em toda a municipalidade.
Na época todo o mundo só falava em política e queria se mostrar para ter recompensa política posterior. Hoje vocês acham que o pessoal de Patos confunde muito política com cultura, ou não?
XAULIM – É difícil você falar do que acontece na casa do vizinho.
Responda pela FUCAP.
XAULIM – O que existe no estatuto, mais do que isto, o que existe dentro de cada um, é não deixar que a Fundação seja usada como um instrumento de ação partidária. O que é diferente de usá-la como um instrumento de política em favor da cultura. Tanto isso é claro que existem na Fundação pessoas que pensam diferente não só em política mas em religião. Só existe um ponto em comum: o que nós temos em comum para fazer. Foi daí que surgiu a FUCAP e dai ela cresceu. Nós temos várias divergências que debatemos o tempo todo, porque democracia consiste é nisso: no jogo dos contrários, na divergência.
Como é que vocês conseguiram ajeitar o lado material? Ganharam algumas coisas de alguém, herdaram do CET, ou alguma outra entidade?
EUGÊNIO – Nós do CET temos uma ligação com a Fundação devido as pessoas que estão em uma e em outra entidade ao mesmo tempo. Além disso, a proposta da FUCAP é muito parecida com a nossa, assim foi muito fácil criar um vínculo do CET ajudando a fundação e recebendo ajuda desta. Simplesmente as pessoas das duas entidades pensam muito parecido.
JOÃO MARCOS – Isso reforça o nosso pensamento inicial do aproveitamento de pessoas e não de entidades. Quem faz a entidade não é nome e sim as pessoas que nela trabalham. Coincidentemente um bom número de pessoas que estão na Fundação hoje, são procedentes do CET, e isso não é segredo nenhum. Até hoje não existe vínculo nem influência nenhuma da Fundação sobre o CET, e vice-versa.
Em termos de vínculo, com a Escola de Música Carlos Gomes a coisa é diferente, ou não?
JOÃO MARCOS – Antes mesmo da reunião que o Xaulim falou, da montagem do I Encontrão… Porque a proposta do I Encontrão era muito definida. Era mostrar para a comunidade, o povo do município, que havia um grupo forte e interessado de pessoas que se preocupavam com a cultura aqui em Patos. E esse grupo precisava receber uma ajuda, um apoio definitivo… Mas então, antes disso, já havia uma proposta colocada na época, pelo CET, de fazer o chamado Grupo FUSÃO que pretendia unir em trabalho conjunto, sem tirar a identidade das entidades, o Coral “Hiro Matias” do Rotary Club, o Studio de Ballet “Rosana Romano”, a Escola de Música “Carlos Gomes” e o CET. Cada uma com o seu potencial. Nós fizemos dois trabalhos com o Grupo Fusão, mas a idéia por não estar tão amadurecida, não floresceu como nós pretendíamos. Quando se falou na Fundação a professora Maria Cristina Garchet Teixeira, proprietária da Escola, disse que sempre lutou por uma sede própria porque estava difícil levar a coisa com os 80 alunos da escola. Foi ela mesma quem me sugeriu que a FUCAP absorvesse a EMCG. Ai sim, houve uma incorporação.
Também da Academia de Dança Lúcia Queiroz?
JOÃO MARCOS – (risos) A Academia não tem nada a ver com a FUCAP. Por coincidência as duas estão no mesmo prédio. Agora, a Lúcia, por ser bailarina e professora de dança compõe o Conselho Curador da Fundação. Nós temos o nosso grupo de dança e ela leciona jazz nesse grupo.
XAULIM – As pessoas acham que por essa ligação nós só trabalhamos com a Academia da Lúcia. E não é isso. Nós já trabalhamos com as outras duas academias também com o “Vinícius: o poeta do amor”. E com o Dalal Ballet, houve a promoção do Tribana. Não existe na Fundação a intenção de só trabalhar com quem esteja disposto a trabalhar com a gente.
EUGÊNIO – No setor de artes plásticas, com a Professora Lúcia Rocha, foi criado o curso de iniciação ao Desenho e História da Arte. O curso vem tendo bons resultados com um bom número de alunos matriculados. Existem outros projetos em estudo como o convênio com a Escola Guignard que talvez nós possamos conseguir no ano que vem. Tem também o curso de Decoração, por sugestão da Professora Arminda, que deverá ser ministrado no fim de setembro. É algo que está começando mas que vemos grandes perspectivas para o futuro. Quanto ao setor de literatura, eu acho que o Laércio pode definir melhor. Está mais na “jurisprudência” dele.
LAÉRCIO – (risos) Não é bem uma questão de “jurisprudência”, não. Nós tentamos trabalhar em conjunto. O responsável, Professor Agenor Gonzaga, nos designou para auxiliá-lo no departamento. No inicio do ano nós fizemos uma reunião e traçamos algumas propostas que já foram aprovadas pela diretoria executiva. Essas propostas incluem cursos de expressividade, palestras e seminários com alguns escritores patenses e a nível nacional. Eu creio que quando nós começarmos a ativar esse departamento ele irá funcionar significativamente: difundir a literatura que é uma das formas de levar mais longe a cultura de um povo.
A principal intenção da FUCAP é começar tudo novo? Criar um público novo, artistas novos é isso?
JOÃO MARCOS – Nós todos estamos com um osso atravessado na garganta sobre uma matéria publicada no Estado de Minas de 14/07/84, onde o ilustre Prof. J. D’Angelo não achando nada mais feliz para comentar, usou o espetáculo “Vinícius – o poeta do amor”, como exemplo do que não se deve fazer em termos de arte. Infelizmente o prof. J. D’Angelo não leu o programa que nós distribuímos antes do espetáculo. Nele o Carlos Alberto escreveu uma apresentação colocando exatamente a posição da Fundação Cultural e ficou uma frase muito forte que ele afirmou que a entidade artística é que tem que estar a serviço do artista. E é isso que nós estamos fazendo. Nós tínhamos que começar valorizando os nossos próprios artistas que até hoje não têm o valor que merecem. O primeiro artista que trabalhou conosco foi o Wagner Pereira no “Vinícius…”. E por isso, pelo desprendimento dele em ter deixado o conjunto no qual atuava, o Samantha Band, e pela musicalidade dele, nós resolvemos abrir o projeto “Prata da casa”, também com ele. Esse foi o primeiro projeto de valorização do músico patense, e nele ainda se apresentaram o Dalla, o Claret, o Carlinhos Santana e a Katia Rabelo. Realmente há uma grande preocupação com a valorização do artista patense. Não se concebe uma entidade artística que não trabalha com o artista, que é o sentido da existência da entidade. Em relação ao público nos preocupa trazer de volta aquele que mantínhamos aqui em Patos e que foi se perdendo. Isso porque começaram a fazer aqui espetáculos sem a qualidade mínima necessária para o trabalho, o que o público considerou uma brincadeira. Um desrespeito para com ele. Começavam na hora que queriam, não se preocupavam com a qualidade, improvisava-se muito indevidamente, apesar das brilhantes exceções. E eu queria frisar que uma dessas brilhantes exceções foi o trabalho do CET. (Nós conseguimos fazer o Teatro Telhado a 3 quarteirões do Cine Tupã, no centro da cidade, e o pessoal aqui em Patos achou que era longe, que era contra-mão). Nossa preocupação além de criar o público novo, é trazer de volta aquele que se afastou das casas de espetáculos, por algum motivo.
Essa valorização do artista patense não é, vamos dizer, política? Durante o projeto Prata da Casa por exemplo, não foi incluído o Grupo Carambola. Por quê?
XAULIM – O projeto Prata da Casa foi criado dentro dessa posição de criar mercado para o artista patense, e condições para que esse artista tivesse um trabalho ideal. Esse trabalho ideal implica numa produção bem feita, para que esse músico não tenha que procurar patrocinadores, lugar, som, luz… Isso quando não tem de ficar na bilheteria ou portaria, gritando para o pessoal: “Entra gente, entra que eu preciso começar o show”. Essa produção é que a FUCAP se propôs fazer, e de forma bem feita. É claro que nós reconhecemos que falhamos em alguns aspectos. Mas a falha não foi só nossa. Era preciso um maior entrosamento entre os participantes do projeto, a Fundação, e mais entidades oficiais e público. Em todos os espetáculos a Fundação tomou prejuízo. O público não correspondeu. Nosso plano de continuar com o projeto neste ano todo foi por água abaixo. O Carambola estava incluído no projeto para este ano. Não só o Carambola como Taquinho Noronha, o Luís Carlos e um monte de gente. E ninguém diga que essa preocupação com a produção não é básica. Você veja o show do Carambola esse ano. Foi uma das melhores produções que eu já vi aqui em Patos. E houve retorno de público! Pode nem ter sido o que o pessoal esperava, mas houve o retorno. Isso está mais que provado.
Mas essa preocupação da Fundação com super-produções, com retorno financeiro, fica meio afastada da nossa realidade. Não há na FUCAP um interesse maior nas coisas populares, por exemplo? Isso não é muita estilização cultural?
EUGÊNIO – Não. Mas essa preocupação faz parte da FUCAP, já que isso é necessário para a valorização do artista. Não adianta você dar condição para o artista e ficar só naquela de “muito obrigado, até logo e vamos partir para outra”. Não. Nós temos sim essa preocupação do retorno financeiro, mas em função do artista. Para que ele realmente possa viver daquilo que ele sabe fazer.
XAULIM – O Prata da Casa morreu por isso. Porque fora o “Vinicius…” em que todos os músicos receberam pelo seu trabalho, foi a única vez que o pessoal recebeu. O artista ficava com 50% da bilheteria bruta. O que nós queremos é que não se faça música nas horas vagas que ele tem do banco, por exemplo. Nem o ator trabalhe no comércio… O que a gente quer é que o pessoal possa ser profissionalizado. Viver daquilo que se ama fazer. O que está acontecendo é que o pessoal está trabalhando como profissional apesar de não ser na atividade.
Mas mesmo assim é necessário que vocês se preocupem com o público da periferia, com esse pessoal que não tem condições financeiras para assistir uma grande montagem. É necessário que eles participem como no Encontrão, como nas apresentações do Clubinho na rua…
XAULIM – Isso ai é uma questão de planejamento. Quando nós criamos a Fundação o que estava se fazendo de mais concreto era exatamente esse espetáculo de praça pública, e o que estava mais carente na cidade eram espetáculos para esse público que ia nas casas de espetáculos e parou de ir. Isso foi uma prioridade da Fundação. Não quer dizer que vai ser sempre assim. Prova é que nós fizemos um mapeamento e cadastramento das Folias de Reis, que são de criação tipicamente popular. É necessário que a gente tenha um plano de trabalho para atuar. E é por ai mesmo que nós estamos começando, dentro desse planejamento.
JOÃO MARCOS – Deixa eu completar outra coisa ai. Está estampado na cidade que a Fundação é elitista. Isso é um preconceito de quem nos acusa. Se nós não tivemos oportunidade de trabalhar com a classe de menos poder aquisitivo nós estamos trabalhando com uma outra classe social. Nós não somos preconceituosos não… Se estão nos tachando de elitistas, certamente eles seriam “populistas”. É como disse o Plínio Marcos: “Sob rótulos é impossível conversar”. A FUCAP está fazendo um trabalho programado que tem atingido a classe social de maior poder aquisitivo, mas nem por isso nós somos contra os de menor poder aquisitivo. E espera ai… O que tem valido mais, um ingresso para um espetáculo nosso ou um maço de cigarro? Ou uma garrafa de cerveja? A gente não busca o público mais popular não é só levando as coisas até ele não, é trazendo esse público até as casas de espetáculos também. Quando nós abrimos as portas de um teatro é pra receber qualquer pessoa que queira ver o espetáculo e tenha gosto artístico. Nós não podemos menosprezar esse pessoal e levar qualquer coisa para ele ver! Além do mais quem busca a popularidade excessivamente e demagogicamente, como se tem buscado é porque tem pretensões políticas. Não é essa a intenção da Fundação. Nós não precisamos do povo para nos manter em cargos políticos, exatamente por não sermos políticos. Estamos lutando por bolsas de estudos no Centro de Artes. Mas essas bolsas não serão distribuídas ao bel-prazer dos políticos. A FUCAP irá distribui-las àqueles que não têm condições financeiras, mas que têm capacidade artística, para ganhá-las. Ai nós queremos ver nos acusarem de elitistas. Quero ver quando tivermos 200 alunos pagando e 40 bolsistas na Fundação. Esse é o nosso trabalho: consciente, planejado, sério e objetivo.
XAULIM – Além disso, caracterizar de elitista quem cobra ingressos é ridículo. Ora, meu Deus do Céu, a proposta de se cobrar é para o público ir ao teatro. A Cacilda Becker, falava: “Por favor não peçam a única coisa que eu não lhes posso dar, que é o meu sustento. Isto é, o ingresso”. Nós somos uma entidade particular que tem recebido pouco ajuda, e é esse ingresso que tem ajudado a nos manter.
Mas e sobre…
JOÃO MARCOS – Não pergunte nada novo não que, deve ter mais coisa para se falar.
EUGÊNIO – É. E sem querer desmerecer o que é feito em praça pública, ou na rua, a preocupação da FUCAP em trazer o público para as casas de espetáculos, pagando ingresso, é que nós constatamos que nem sempre é pela falta de recursos que o público deixa de ir, mas por falta de tomar conhecimento das coisas. Esse negócio de levar o espetáculo na porta da cozinha do sujeito, vai criando um comodismo. De repente, tudo o que você quiser fazer vai ter que levar na janela do pessoal.
(Silêncio). Ufa! Posso falar de outra coisa? (risos) Bom… O projeto Casa de Cultura está ai sendo ventilado constantemente, mas a visão da Fundação é a de aproveitar os nossos espaços culturais para criar um público. Primeiro o público, depois a Casa de Cultura, é isso?
XAULIM – No primeiro momento da criação da Fundação, era uma das nossas metas principais a criação de um teatro, um espaço para a cultura. Isso foi tentado de todas as formas possíveis, inclusive com a idéia de aproveitamento da área da antiga rodoviária. Durante as reuniões foram surgindo idéias e conflitos e nós chegamos à conclusão que não era o momento de se propor a criação lá naquela área. Nós resolvemos deixar que isso amadurecesse mais. Tentamos outras áreas… mas chegamos a conclusão que é contraditória essa luta. Já que se tem um teatro aqui, o Telhado, que não está saturado. Chega a ser uma incoerência você não conseguir lotar um teatro de 100 lugares, tentar outro de 400, 500 poltronas. Nós temos que utilizar o teatro, valorizar para que a partir do momento em que você chegar lá e estiver lotado, não só as entidades de cultura, mas toda a comunidade patense, se preocupe com isso.
Com relação ao público, parece que aquela velha história de que santo de casa não faz milagre, se torna verdade. Isso quase que obriga a uma entidade cultural trazer nomes conhecidos por aqui. Houve o Plínio Marcos, mais nada foi cogitado sobre isso. A Fundação pretende “intervir” nessa área?
XAULIM – Só para registro, o Plínio Marcos não veio a convite da FUCAP, o espetáculo foi de responsabilidade e promoção da Casa de Cultura, dentro da Semana do Encontrão.
LAÉRCIO – Essa proposta de grandes espetáculos, tem sentido, mas isso tem grandes custos. Isso tem que ser analisado para que você traga alguém de renome. Como é que se promove um grande espetáculo se você não tem uma estrutura financeira, mesmo sabendo do retorno que aquela pessoa vai trazer para nossa caminhada cultural? Existe o receio de o apoio recebido não ser suficiente para cobrir as necessidades. É Um pensamento da Fundação, apesar de ser prioridade formar novos artistas, trazer grandes espetáculos para que inclusive o público possa traçar comparações. Fazer referências entre isso e o que nós estamos fazendo. Ai nós poderemos ver o quilate do nosso trabalho. É importante que haja apoio dos órgãos políticos e dos nossos empresários, quem sabe, para que nós possamos ter oportunidade de trazer espetáculos para o benefício da comunidade.
Parece que esse apoio financeiro está se concretizando, não é? A Faculdade… faculdade não, a Fundação…
XAULIM – Não deixa de ser uma faculdade essa Fundação. (risos)
Isso vai sair um Xaulim! Mas a Fundação teve alguns problemas financeiros sérios e a comunidade de Patos se sensibilizou, entrou na luta, e tal. Foi algo assim?
XAULIM – Isso tudo ocorreu é importante ressaltar, através do Arlindo Porto, Prefeito Municipal. A coisa é que nós nunca tínhamos feito uma explicação e avaliação da Fundação e do Centro de Artes. Ai, por solicitação dele e empenho pessoal dele e da sua equipe de trabalho, nós pudemos fazê-lo. Isso foi muito gratificante porque nós ficamos sabendo que esse trabalho tem alcançado a projeção que nós desejávamos. Nós achamos que a maior beneficiada com a Escola de Artes, é a própria comunidade, e não a Fundação só para dizer quem tem uma Escola de Artes. Daqui a algum tempo, quem sabe, nem seja preciso o pessoal sair daqui para fazer cursos em outras cidades. Nós é que vamos trazer os professores até aqui, mas esse grupo embrionário precisa ficar bem consolidado para que nós possamos alçar voos mais altos.
Tudo bem com relação ao Centro de Artes, mas acontece que a Fundação parece que só tem olhos para ele. As promoções da FUCAP não deveriam ser desvinculadas do Centro de Artes?
LAÉRCIO – Eu acho que o Centro de Artes é uma proposta interna às propostas da Fundação. A proposta da FUCAP não é simplesmente promover espetáculos, é também apoiar o Centro de Artes. Talvez seja sua maior prioridade. Dar condições do desenvolvimento dos artistas da cidade, novos artistas surgirem, ter amplas condições de desenvolverem os seus talentos, as suas qualidades artísticas. Existe então o Centro de Artes que é essa proposta dentro da proposta geral. É a proposta permanente, do dia-a-dia, que atua mais no campo didático. As outras promoções realmente são influxos disso ai. A maioria dos nossos trabalhos já é fruto do que se vem ensinando no Centro de Artes. Essas promoções além da oportunidade dos nossos artistas se mostrarem, servem para angariar fundos e manter esse Centro de Artes funcionando.
EUGÊNIO – E já temos o exemplo do “Trenzinho Sonhador”, que no seu elenco traz a maioria do pessoal do Centro de Artes. Os dois setores, Centro de Artes e o de promoções, se interligam. Nós acreditamos que o Centro de Artes seja um celeiro para nossas realizações.
Mas é disso que eu estou falando. Essa atitude da Fundação Cultural do Alto Paranaíba, de só trabalhar com membros do seu Centro de Artes é uma posição egoísta…
JOÃO MARCOS – “Pera ai”. O pessoal está falando de um espetáculo de agora, mas vamos falar do “Vinícius…” que passou. No nosso estatuto nós já prevíamos a criação de cursos periódicos. Não sabíamos ainda que ia se chamar Centro de Artes, mas sentíamos a necessidade de continuar mantendo isso em funcionamento. Quando nós fizemos o espetáculo, a idéia foi de unidade de trabalho e não de cisão de trabalho. Nós convidamos todos que precisávamos para o espetáculo, independente da condição de ligação à Fundação ou a outras entidades culturais. Mas é como disse o Prof. Joaquim Ribeiro, lá em BH: para que nós possamos fazer um bom trabalho devemos ter conosco pessoas que aceitem o nosso trabalho, que batalhem pela mesma bandeira, aceitem as mesmas repreensões e suportem as mesmas consequências positivas ou negativas. Foi isso que o “Vinícius…” não conseguiu suportar, e por isso nós paramos o espetáculo. A diretoria da Fundação procurou todos os membros do elenco pessoalmente, explicou o que estava ocorrendo, colocou sua proposta, parou o trabalho, planejou o Centro de Artes, iniciou o Centro de Artes, retomamos onde estava o “Vinícius…” e lançamos o “Trenzinho Sonhador”. Hoje nós temos um elenco de 30 e tantas pessoas que aceitam as coisas como um trabalho de grupo. É uma satisfação ler no “Estado de Minas” do dia 05/09/84, na coluna do Jorge dos Santos, a crítica que diz que não ia destacar ninguém porque ali estava um trabalho de grupo em que cada um se destacava na sua vez e na sua hora.
Ah! Então quer dizer que quem não é do Centro de Artes também pode participar das promoções da FUCAP? Seria isso?
EUGÊNIO – É claro. No próprio “Trenzinho” não tem só gente do Centro de Artes. A maioria é, mas não todo mundo. Nós queremos que mais pessoas participem, mas a prioridade é para os alunos do Centro, porque foram eles que se propuseram a trabalhar conosco.
LAÉRCIO – Inclusive queremos daqui incentivar a que outras pessoas se manifestem e procurem tomar conhecimento do nosso trabalho, do nosso potencial. Quem sabe isso pode gerar um incentivo para que o pessoal se entusiasme em fazer as coisas bem feitas para melhores frutos. Pode ser um espelho, uma amostra para que esse pessoal tome iniciativas ou se aproximem. Nossas portas estão abertas.
Mesmo assim sempre vai existir uma distinção entre um trabalho “da” FUCAP, através do Centro de Artes, e um trabalho com “apoio” da FUCAP…
XAULIM – Não. O Centro de Artes, é uma das frentes. É a prioridade da FUCAP.
Existe a distinção. No projeto “Prata da Casa”, por exemplo, que foi simplesmente apoio a artistas não integrantes da Fundação, houve “negligências” na produção, coisa que não aconteceu no “Trenzinho Sonhador”. A FUCAP ainda era meio imatura para super-produções?
XAULIM – Não, eu acho que isso é o reflexo do trabalho. É o seguinte, a Fundação foi avançando e aprimorando as suas formas de trabalho. No “Trenzinho” realmente há uma produção maior, porque existe um grupo mais homogêneo, um grupo mais afinado com uma proposta mais ampla de trabalho. Isso tudo reflete. A viagem que foi feita a BH, foi empenho geral do elenco, e de certa forma de todas as forças vivas da comunidade. No “Prata da Casa”, de certa forma, a gente ficou praticamente isolado, fazendo tudo. E não foi por falta de pedir não.
JOÃO MARCOS – Eu quero colocar duas coisas: primeiro que é preciso que o pessoal queira chegar na Fundação Cultural. Não é chegar humildemente, batendo na porta, não. É chegar, galhardamente, porque lá é a casa do artista de Patos, e dizer como disse o excelente professor que hoje está no Centro de Artes, que é o Marcos César Vieira (Marcão): “quero trabalhar no Centro de Artes”. Ele foi aceito imediatamente. Por quê? Não só porque ele queria, mas por causa da capacidade de trabalho que ele tem. Tento que ele tem um número grande de alunos. Mas isso não quer dizer que ele tenha, digamos, vinculação com a Fundação. Ele não está preso, ele não está com a sua liberdade de trabalho limitada. Lá ele é o Professor Marcos César Vieira, que faz o seu trabalho nas melhores condições possíveis oferecidas pela Fundação. Como integrante do grupo Carambola ele é outra pessoa, e faz o trabalho como integrante do grupo. Você já perguntou sobre o Carambola uma vez, e então eu vou ajuntar tudo na segunda resposta. Agora está chegando o Adelino que vem lá da FUCAP. Ele não tem nenhuma vinculação com a Fundação nem com o Centro de Artes. Ele não é membro do Conselho Curador, não é nada da FUCAP, mas no entanto é integrante da única dupla de palhaços que já atuou aqui em Patos, ele e o Adilon Cléver. Então, esses dois elementos pela sua capacidade de trabalho foram convidados para integrar o “Trenzinho Sonhador”. Nós fomos buscar lá fora duas pessoas que já conhecíamos pela sua capacidade de trabalho. Outro elemento que não tem vínculo com a Fundação é o José Afonso da Silva, locutor da Rádio Clube de Patos, mas que devido ao interesse, empenho com a cultura daqui, nós convidamos para integrar o nosso elenco. Tem o Eugênio Tadeu Magalhães e vários outros. A FUCAP é uma entidade aberta. Fechada na boca daqueles que fecham não a boca, mas os olhos, para o trabalho que a Fundação está fazendo. Porque quem estiver de olhos abertos vai ver que nós estamos realmente atuando na cidade sem exigir nenhum comprometimento das pessoas que integram os nossos trabalhos. Se depois de terminar o trabalho a pessoa quiser continuar trabalhando conosco, ótimo, excelente, vamos continuar. O negócio não é trabalhar para a FUCAP, é trabalhar para o movimento cultural de Patos, através da Fundação Cultural. O pessoal tem que chegar na gente, tem que chegar, falar que quer trabalhar, se oferecer, procurar e tudo. Fazer um certo relacionamento para poder trabalhar, porque a gente não pode adivinhar todo mundo que quer trabalhar aqui nessa cidade. Mas tem que ter uma certa afinidade, isso é verdade, se o indivíduo vem trabalhar com a gente sem nenhuma afinidade, é lógico que ele não vai se sentir bem; o trabalho não vai dar resultado e a gente não vai colher fruto quase nenhum. Voltando ao “Prata da Casa”, já que você é ligado a todos os meios aqui na cidade, frequentador de rodas, barzinhos e tal, está sempre falando, sendo poeta e tal; vem trazendo de lá para a gente esse monte de coisas… Bom, eu acho muito engraçado as pessoas reclamarem da divulgação, porque não há motivos para isso. Nós trabalhamos de igual maneira para todos, só não foi idêntico porque o dinheiro acabou. Não faltou divulgação, pode ter faltado um pouco de organização porque ninguém é perfeito e nada que começa, começa certo. Olha, além disso todos os que fizeram o “Prata da Casa” ficaram naquela de “ao nosso reino venha tudo e ao vosso nada”. Eu falo agora como pessoa que acompanhou o Projeto de perto. A ingratidão foi o pagamento que a Fundação recebeu da maioria das pessoas que participaram do “Prata da Casa”. Acharam que a Fundação não estava fazendo nada mais que a obrigação, e ninguém antes tinha feito algo como o que nós fizemos aqui em Patos. Em dois shows, nem ao menos o pessoal falou: “Olha gente, esta promoção é da FUCAP”. Nem isso eles falaram, eles vieram para aparecer, para mostrar um trabalho às custas do nosso esforço, e ainda se queixam? Pelo amor de Deus! Porque não vieram, assentaram conosco e questionaram a coisa abertamente? É esse tipo de coisa que eu particularmente, pessoalmente, não tolero. É por isso que o João Marcos é sempre agredido aqui em Patos e vai continuar sendo, porque eu já estou velho e não vou mudar de posição. E os outros da Fundação ficam carregando um peso que é meu. Se querem brigar comigo, briguem comigo gente! Se Carlinhos, Katia Rabelo, Claret, não estão satisfeitos comigo, venham conversar comigo, e não sair na rua depredando a FUCAP. Se o sujeito não é capaz de atirar flor, então não atire pedra também não. Se esse pessoal quiser vir dialogar, conversar e apontar as falhas, criticar e nos mostrar um melhor caminho que venham diretamente a nós, e não saiam falando por aí na rua, porque isso não vai dar resultado e só vai deixar a gente contrariado. E mais, o engraçado é que toda vez que qualquer entidade cultural aqui em Patos realiza um trabalho, nós da Fundação, vamos assistir. Não para criticar, mas porque é uma forma de nós crescermos, é uma forma de nós conhecermos mais um trabalho cultural. Quando nós fazemos nossas promoções, pouquíssimos deles aparecem. Então essa situação que se comenta muito ai na cidade, que fala isso, que fala aquilo, esse bate-boca… eu sei que não vai acabar tão cedo, mas eu acredito que as pessoas que lerem essa entrevista, vão pelo menos ter a resposta correta das pessoas que estão sendo criticadas.
Sem rancores? (Pausa) Ou a FUCAP não aceita se reconciliar com algumas pessoas que falaram “isso e aquilo”? Qualquer um pode tentar começar com um novo ponto de vista?
JOÃO MARCOS – É claro. É lógico que sim. Só não dá para fazer como uma vez foi proposto: desmanchar o nosso estatuto, desmanchar tudo que está feito e fazer de novo. Se nós tivemos o trabalho todo até aqui eu acho que nós temos agora é que corrigir as falhas e não jogar por terra o que já se fez e fazer de novo. Isso nós não vamos fazer não! Mas se querem chegar, se querem reunir, discutir, analisar a coisa, trazer mais propostas, somar ao trabalho, nós estamos abertos para isso…
EUGÊNIO – Inclusive eu já frisei isso uma vez. Nós fizemos uma reunião, convidamos o pessoal, as entidades e tentamos esclarecer, impedir as dúvidas com relação a Fundação… Nesse dia nós fomos até de certa forma agredidos com algumas perguntas maliciosas. Nós estamos abertos ao diálogo. Se não está acontecendo esse diálogo, não é por culpa nossa. Nós estamos tentando conseguir mais pessoas para virem trabalhar com a gente. E mais uma vez falando, não paga nada! (Risos).
NOTA – Quando esta entrevista foi realizada, o Centro de Estudos Teatrais-CET, ainda estava em plena atividade. Na data de 29 de setembro deste ano, por decisão dos membros daquela entidade, em Assembléia Geral, resolveu-se pela dissolução da entidade e doação de todo o seu patrimônio para a Fundação Cultural do Alto Paranaíba-FUCAP. Os integrantes do CET que quiseram (e foi a maioria), passaram a integrar o Grupo de Teatro do Centro de Artes da FUCAP.
* Fonte: Entrevista de João Vicente Deocleciano Pacheco e Dirce Djanira Pacheco publicada nas edições n.º 105 (15/12/1984) e n.º 106 (31/12/1984) da revista A Debulha, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.