A partir da década de 1960, quando a cidade começou a invadir com maior intensidade a área alagável do Rio Paranaíba, o jornalista Oswaldo Amorim escreveu uma série de artigos alertando sobre o perigo de tal especulação imobiliária. Oswaldo sempre dizia que “o ideal é que nos conservemos a uma prudente distância de suas margens, como fizemos ao longo de várias gerações, para tranquilidade de todos”. E afirmava com convicção: “Em benefício da cidade e segurança de todos, o que se impõe, urgentemente, é a delimitação das faixas alagáveis do Paranaíba, do Ribeirão da Fábrica, do Córrego do Monjolo, do Córrego da Cadeia e onde mais se fizer necessário… então ficarão terminantemente proibidas as edificações dentro dessas faixas e condenadas as existentes – sem prejuízos para seus moradores”.
Muito se discute hoje sobre a improvável possibilidade de acontecer uma enchente prodigiosa no Rio Paranaíba como ocorreu várias vezes e não ocorre há muitos e muitos anos. Mas, o que são dez, trinta, cem anos para um rio e para a diversidade climática? Recentemente, na região Norte, contabilizou-se uma cheia não vista há mais de 50 anos. Quem pode assegurar com certeza que nunca mais o Rio Paranaíba cobrirá a ponte antiga?
Eis aqui o exemplo típico de ocupação imprópria de uma área alagável do Rio Paranaíba. O ponto de visão é na Rua Betim poucos metros após a Avenida da Vitória, no Bairro Santa Terezinha. A rua lá embaixo é a Vitória da Conquista e a baixada faz parte do Bairro Santa Luzia. Em pouco tempo esta área estará totalmente ocupada. Deus queira que nunca venha uma enchente de grandes proporções, pois, se ocorrer, infalivelmente haverá uma tragédia.
* Texto e foto (03/04/2015): Eitel Teixeira Dannemann.