Esta história de pescador aconteceu no início dos anos 1990. Naquela época tinha muita gente marcando o ponto todos os finais de semana no Paranaíba. Entre estes anzoleiros, podemos afirmar que Miguel e Zé Izalino, além de irem, estavam também levando os filhos, o que eu acho muito importante.
Um dia, estavam Miguel e Izalino e os garotos pescando de barco ali pra baixo da Ponte do Bigode. Como a turma foi só para uma pescadinha de cedo até a tarde, não foi necessário levar muita coisa não. Levaram somente lanche para os garotos. É o tal negócio, a gente pensa assim: como vamos voltar daqui a pouco não precisa levar muita coisa não, e no final das contas, quando a gente tá pescando é que sentimos falta das coisas.
Naquele dia estava fazendo um friozinho e não havia pinga no barco, e tanto o Miguel quanto o Izalino, ficaram reclamando a falta da mesma. Mas, o dia que é do pescador não tem para o peixe, e aconteceu que em determinado momento um objeto veio se chocar no barco. Não era uma lâmpada maravilhosa. Não era uma garrafa com alguma mensagem. Mas era um cantil cheinho de pinga, e era da boa, aí Zé Izalino e Miguel puderam completar com uma boa cachacinha, os momentos felizes na beira do rio.
* Fonte: Texto de Tião Abatiá originalmente publicado em 08/05/1993 e republicado na coluna “Pesca & Prosa” da edição de 20 de setembro de 2014 do jornal Folha Patense.
* Foto: Muraljoia.com.