Chilon Gonçalves sempre teve liberdade total com os filhos, de fazer inveja. Tanto ele aprontava com eles, como eles com ele.
E esta história inicia-se assim:
O Chilon comprou um carro, de marca Belina, de uma revendedora daqui de Patos. Quando chegou em casa, à tardinha, foi logo mostrando para a família a nova máquina adquirida.
– Isso que é carro! Bonito! E tem garantia. Negócio comigo agora é diferente: só compro coisa boa!
À noite, depois de desfilar com a Belina por toda a cidade, mister Chilon guardou-a na garagem.
Antes disso, o Carlos e o Wanderley, seus filhos, foram ali ao posto Ipiranga, pertinho de sua casa, e compraram várias latas de óleo de carro.
No outro dia, o Chilon levanta, vai logo dar uma olhada na máquina. Lá estava ela toda bonita, no mesmo lugar. Toma seu cafezinho rápido e sai para o trabalho. Quando inicia a ré, vê no chão uma poça de óleo. Sai da garagem e volta para certificar: um meio litro de óleo que pingou do carro a noite inteira.
Nesse momento o Carlos saía de casa também e, ao ver o óleo no chão, ficou possesso:
– Pai! Óleo do carro? Pode devolvê-lo!
E lá vai o Chilon para a revendedora dar a bronca. Revisaram o carro, e nada! Ele volta. À tardinha, novamente, coloca o carro na garagem.
E no outro dia, a mesma coisa. E nova bronca na revendedora.
Na quarta à noite, já com prova da revendedora de que não havia caído o nível do óleo do motor, o Chilon resolveu ficar de plantão para ver o que dava.
Lá pelas tantas, escuta na garagem um barulho de latas. Abre a porta e vê estarrecido seus dois filhos, Wanderley e Carlos, de quatro, derramando óleo debaixo do veículo…