QUE VENHA URGENTE A SUNAB

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ATEXTO: PE. TOMAZ ATÍLIO OLIVIERI

Repudia-se, de todos os modos, a exploração que campeia aqui em Patos de Minas, certamente à revelia da Sunab¹. E o engraçado é que não se pode falar nada, sobre isto. Não se pode alertar o povo que está sendo explorado e nem despertar a atenção dos dirigentes deste órgão soberano controlador, que é a Sunab.

Assim que, fazem poucos meses, nós nos referimos a isto em um programa radiofônico (e não fizemos mais do que nossa obrigação), ficamos sabendo por linhas transversais, que a Associação Comercial (de Patos de Minas, está claro) não gostou.

Isto é muito engraçado (se é que a matéria é de gracinha). Vê-se o erro, a exploração (ou espoliação) e ninguém pode falar. Que situação, minha gente! Vejam aí: a cerveja quanto custa, e qual é o preço da Sunab? Feijão? A pastilha que alguns apelidam de pão? (Nota Bem: queremos aqui fazer jus à Padaria São Rafael. O pão que ela vende por Cr$ 0,70 é de fato um senhor pão: muito bem feito e mais do que bem pesado. Está de parabéns a São Rafael). E quando a padaria já não tem mais pão de sal, o que acontece? Qual é a lei? Quem já viu neste caso, o pão de doce pelo preço do pão de sal? O pão de Cr$ 3,20, substituído pelo pão de doce a Cr$ 3,50 (que além de tudo é muito menor!). Isto deve estar completamente fora da lei. E o engraçado é que a gente reclama e eles apenas se contentam em sorrir amarelo pra gente, nada resolvendo. E o acinte, é que na tabela dependurada na parede está uma maravilha: estão ali os preços pelos quais não podem ser vendidos!

Por isto e por muitíssimo mais endosso também a campanha do “Pinga Fogo” (diga-se de passagem: que espetáculo, Dr. Murilo!)², para que se crie aqui em Patos um Posto da Sunab. É preciso que todo mundo se manifeste neste sentido (está claro: o consumidor), apelando para aquele colunista, para dar tudo neste sentido, juntamente com o Rotary que ele integra, para conseguir, custe o que custar, o Posto da Sunab (regional), para Patos de Minas.

* Fonte: Texto publicado com o título “Posto Sunab” na edição de dezembro de 1977 do jornal Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de História do Unipam.

* 1: O controle de preços no Brasil ganhou força na década de 1950, com a criação da COFAP – Comissão Federal de Abastecimento e Preços. Em 26 de setembro de 1962, João Goulart assinou a Lei Delegada nº 4, criando a Superintendência Nacional de Abastecimento – SUNAB com status de autarquia federal, com poderes para intervir no mercado, fixando preços e controlando estoques. Em 1985, o órgão passou a integrar a estrutura da Secretaria de Planejamento. Foi quando o órgão viveu o seu momento mais importante, como peça central da fiscalização do congelamento de preços estabelecido pelo Plano Cruzado. Voltou a ser responsável pela elaboração de listas de preços em 1987, com a edição do Plano Bresser. Na década de 1990, com a reforma do Estado e a adoção de uma política econômica neoliberal, o controle de preços perdeu força. A SUNAB passou a atuar apenas em pesquisas de mercado, perdendo seus poderes de fiscalização. Em 24 de julho de 1997, o decreto 2.280 extinguiu a autarquia e transferiu suas obrigações para o Ministério da Fazenda.

* 2: Coluna do jornalista Murilo Correa da Costa publicada no jornal Correio de Patos.

* Foto: Blogdataninha.com.

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