Para realizar o VII FEPAMI, a União dos Estudantes Patenses (UEP) contou com o apoio de várias pessoas, entidades, empresas, instituições e órgãos. A diretoria da UEP se diz agradecida a todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram para a realização do evento. Para o presidente da UEP, Paulo Babilônia, uma promoção do porte do FEPAMI, que ano após ano se torna mais abrangente, engrandece e é gratificante para a diretoria da entidade. Este ano foram feitas 68 inscrições para o festival, sendo que a maioria das músicas inscritas não foram de Patos, mas toda a região.
Compositores do Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro e até do estado de Goiás se inscreveram para a primeira etapa do festival, que teve músicas de Araxá, Belo Horizonte, Uberaba Uberlândia, São Gotardo, Patrocínio, Araguari e várias outras cidades mineiras, além de Brasília. Para participar das semifinais foram selecionadas 30 músicas. Esta seleção foi feita através da audição das fitas pelo Maestro Venerando Domingos e Wagner Pereira, que escolheram as melhores analisando letra e melodia das composições.
Mesmo sendo esse o último FEPAMI realizado pela atual diretoria da UEP, seus membros opinaram sobre possíveis mudanças, dando sugestões para tentar fazer com que o festival seja melhor. Com relação à data de realização do FEPAMI, o vice-presidente Antônio Eustáquio da Silva entende que ela deva ser fixada pelas próximas diretorias, porque a oscilação é prejudicial. Alberto Rassi, diretor cultural da UEP, observa que o VII FEPAMI foi realizado em setembro para fugir dos shows de final de ano e é de opinião que isso deva continuar acontecendo.
A diretoria fez uma auto-análise de seus erros no que diz respeito ao VII Festival. Paulo Babilônia, no entanto, lembrou que o FEPAMI é um bom festival, tendo sido, inclusive, citado no Boletim Catavento entre os três melhores do interior mineiro. Paulo Babilônia reconhece que o FEPAMI possui falhas: “seria muita pretensão nossa dizer que não houve falhas”. Ele afirma que gostou muito da divulgação, mas acha que a premiação deixou um pouco a desejar, “mesmo sendo melhor do que nos anos interiores”.
O presidente da UEP concordou que houve falha no que diz respeito à distribuição de impressos para que o público pudesse acompanhar as músicas, pelo menos na final. “A gente deveria ter feito com que o público participasse mais das apresentações, imprimindo e distribuindo letras para o pessoal seguir as músicas, essa foi uma falha nossa”, reconheceu. O presidente da UEP citou como falha também o espaço de tempo sempre muito grande entre uma e outra apresentação, mas disse que esse é um problema muito difícil de ser solucionado.
Outro ponto negativo, que deve merecer maior atenção das próximas diretorias, é o atraso no início das apresentações, capaz de afastar ainda mais o público que já é bastante reduzido. Segundo Antônio Eustáquio, esse atraso se deve aos próprios músicos, já que eles nunca chegam na hora marcada, nem mesmo durante os ensaios. Já o diretor cultural Alberto Rassi vê uma possibilidade de aprimoramento para os próximos anos com a colocação de fones para os jurados, o que resolveria o problema de acústica, adversário de todos aqueles que promovem shows musicais em Patos de Minas.
Os diretores da UEP consideraram que, no geral, o FEPAMI foi muito bom: “um dos melhores já realizados”. Alberto Rassi disse não ter se surpreendido com o pequeno número de pessoas presentes à final do Poliesportivo. Para ele, “o público correspondeu, sobretudo nas eliminatórias (semifinais), quando lotou o auditório da Rádio Princesa nas duas noites. Na final, o público foi um pouco fraco, mas era aquilo mesmo. Lotar o PTC é muito difícil.”
Sobre o show do cantor Belchior, como parte do encerramento do VII FEPAMI, Alberto Rassi acha que “a UEP não errou em trazer o Belchior. Se fosse uma promoção para ganhar dinheiro, tudo bem, mas o que nós queríamos era mostrar o trabalho dele. É claro que ninguém quer levar prejuízo, mas o show de encerramento do FEPAMI não pode ser comercial”, finalizou.
* Fonte: Texto publicado com o título “Organizadores do FEPAMI fazem balanço” na edição de 27 de setembro de 1985 do Jornal de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Cscmarioquintana.seed.pr.gov.br.