VIGARISTA

Postado por e arquivado em HUMOR.

VIGARISTAHouve época no rádio brasileiro que ser erudito valia a pena. Despontava, então, o Romário na Rádio Nacional denominado o “homem dicionário”. Perguntavam o significado de uma palavra e ele respondia tranquilo, sempre certo em cima da pinta…

Foi quando nosso colega Patrício Filho idealizou, dentro de um programa de auditório dominical, a apresentação de um programa parecido. Parecido até certo ponto, é verdade…

Foi levado ao ar, com grande publicidade, o programa “Este mundo é um pagode”, durante o qual surgia o João Pé de Alface, mais conhecido na cidade por João Sineiro da Catedral.

De bengala em punho, com uma cartola no alto do côco, ele surgiu perante o auditório, sendo apresentado como o homem que responderia a qualquer pergunta desde que a mesma se relacionasse com o explicar o sentido das palavras.

Foi vivamente ovacionado pelo público presente ao auditório que obedecia ao comando do Patrício.

As perguntas surgiam, e para cada uma o João Pé de Alface dava uma resposta diferente.

Quando o Patrício perguntou o sentido da palavra JUDICIÁRIO ele respondeu tranquilo que era quem JUDIAVA DA GENTE.

E por aí foi ele respondendo as perguntas, todo satisfeito, com a sua estreia radiofônica.

Tudo corria bem. Os assistentes gargalhando com as tiradas do João.

O locutor feliz pela ideia de lançar um programa do agrado geral. O patrocinador certo de que acertara com o mesmo.

Foi quando o Patrício perguntou ao João, que como sineiro oficial da igreja morava em companhia do Pároco da cidade, perguntou, repetimos, o significado da palavra VIGARISTA. A resposta veio imediata:

– Vigarista é o dono de uma paróquia…

– E qual é então o maior vigarista de Patos?

Resposta do João:

– Uai… É o Padre Alaor.

Foi o primeiro e último dia do programa.

* Fonte: Texto publicado na coluna Fatos Pitorescos da Cidade da edição de 24 de maio de 1971 do Jornal dos Municípios, do arquivo do Laboratório de História do Unipam.

* Foto: Significado.sonhos.nom, meramente ilustrativa.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe