Nos anos iniciais do século XX, as discussões em torno da organização da instrução pública patense ancoravam nos pressupostos visionários da Reforma João Pinheiro, bem como, no ideário progressista e persuasivo da República. Convencidos pelas perspectivas de mudanças que poderiam ser geradas na sociedade através da instrução pública a “elite” de Patos de Minas não economizou esforços para dotar o município com esse melhoramento, tido como base para tantos outros. A ideia de instalação do Grupo Escolar na cidade transitou entre os extremos da visão frágil e incipiente que as escolas existentes apresentavam e a visão de modernidade que esses novos estabelecimentos traziam para o contexto local. Os articulistas da imprensa patense se encarregaram de disseminar esses ideais. Após várias empreitadas da “elite” local foi inaugurado em 1917 o Grupo Escolar de Patos de Minas, um marco histórico e um divisor de águas para os rumos que a educação no município tomaria. Esse fato foi muito comemorado com festividades e alegrias divididas com a população, que até então, não tinha plena consciência da importância dessa instituição. Em suas atividades era presente a execução dos ideais republicanos, como noções de ordem, disciplina, civismo, sempre com foco no seu maior objetivo, alfabetizar as crianças e não deixá-las sofrer dos males causados pelo analfabetismo.
Registra-se na história educacional de Patos de Minas logo nos primeiros anos do século XX, em 1907, a instalação “da escola do sexo masculino desta cidade regida pelo Professor Normalista Modesto de Mello Ribeiro, na qual matricularam-se 69 alumnos, comparecendo 58 destes. Esse acto, que foi presidido pelo Inspector Escolar Capm. Aurelio Theodoro de Mendonça revestiu-se de grande solenidade, concorrendo para isso a presença de diversos cavalheiros de nossa melhor sociedade, da filarmônica “S. Cecilia” e do representante desta folha gentilmente convidado para esse fim. Orou em seguida o venerando Vigario desta parochia, Ver. Pe. Getulio Alves de Mello que igualmente se dirigiu às creanças falando-lhes sobre o respeito devido aos paes, aos mestres e as pessoas mais velhas. Concluio congratulando-se com os presentes pela instalação da escola sendo muito aplaudido. O professor da cadeira convidou os alumnos a comparecerem no dia seguinte para se começar os trabalhos do presente anno lectivo e terminou-se naquela festa escolar que nos deixou as mais gratas impressões.(O Trabalho – 27/01/1907).
Os momentos festivos e dedicados a inauguração de grandes ações também serviam de oportunidades para que os convidados ilustres disseminassem as simbologias que envolviam a República. Diante do passar dos anos, do processo de estruturação da cidade e do aumento da população a necessidade de escolarização era cada vez mais proeminente para alavancar o progresso, concepção responsável por mover muitas ações nos municípios interioranos. Em Patos de Minas desde sua elevação à categoria de cidade em 1892 esforços foram engendrados para intensificar a vida política local, promover melhorias na cidade e na rudimentar instrução pública, visando sua inserção nos trilhos da modernidade e do progresso, pensamento imperativo e bastante devotado em época de Primeira República.
A organização da instrução pública primária traduzida na ampliação do saber harmonizada com os princípios da ordem e do progresso constituiu premissa relevante no projeto de modernização que a República almejava materializar na sociedade brasileira e entre reflexões e ações empreendidas em prol da educação, progredir supunha relação direta com a escolarização da população. Essa também era a concepção que movia as ações dos intelectuais e da edilidade patense para a cidade dispor de um local próprio e com identidade para o estabelecimento do ensino, no caso um Grupo Escolar, sendo sua instalação a expressão da consolidação do ideário republicano e a inserção da cidade na roda do desenvolvimento.
Apesar de que várias edilidades municipais já estavam interessadas na criação dos Grupos Escolares, no interior ações foram mais tardias e esses estabelecimentos chegaram alguns anos depois, como é o caso de Patos de Minas que teve seu primeiro Grupo Escolar instalado em 1917. “Folgamos de consignar aqui e tambem a nossa edilidade emprega todos os esforços para dotar esta cidade com este importante melhoramento. Acreditamos que a creação desses grupos vem operar uma verdadeira transformação no ensino, tornando-o uma realidade. Não nos devemos deter portanto ante sacrificio algum para a consecução desse desideratum (O Trabalho – 09/12/1906)
Perante a esse fato, algumas providências se fizeram necessárias para que ocorresse a instalação do tão sonhado Grupo Escolar, a título de exemplificação citamos: a realização do levantamento das crianças em idade escolar, e a principal tarefa, conseguir um local para se construir o prédio. Nessa incursão e considerando tais critérios, coube ao médico e examinador de escolas, Dr. Laudelino Gomes de Almeida, encaminhar solicitação em 1907 para Manuel Tomaz de Carvalho Brito, então Secretário do Interior, requisitando para Patos de Minas um Grupo Escolar. As afirmações contidas no documento do Dr. Laudelino abordavam a ineficiência do ensino ministrado em Patos de Minas, a partir de três pontos cruciais: ausência de uniformidade do material didático, método primitivo e professores mal preparados. Nesse sentido, era esperado que o Grupo Escolar trouxesse mudanças substanciais para a escolarização.
Dr. Laudelino considerava que a cidade estava em processo de crescimento e desenvolvimento sendo necessário alargar os passos rumo ao progresso. A autorização para a instalação do grupo escolar certamente contribuiria para esse desenvolvimento e para a civilidade, ideal republicano fortalecido nas mentes da “elite” patense. O pedido para a construção do Grupo foi efetivado em 1907, mas sua criação ocorreu somente em 1913 através do Decreto 4065 de 23 de dezembro e a instalação foi concretizada somente em 04 de junho de 1917, quatro anos posterior à sua criação. Nos anos pós-pedido de criação desse grupo escolar, a imprensa de Patos de Minas não se furtou de registrar a importância para a instrução pública e dos esforços envidados para sua efetivação. Pode ser lido no Jornal “O Trabalho” (20/08/1908) no que concerne às ações empreendidas pelo Dr. Laudelino que: “auxiliado pelo Cel. Farnese Dias Maciel e pelo provento professor Modesto de Mello Ribeiro saiu a campo colhendo assignaturas para a construcção do Grupo Escolar na nossa cidade, encontrando o melhor acolhimento por parte de todos a que se têm dirigido em busca do auxílio que será a base para que o magestoso se erga na nossa cidade e o edifício que registrará o marco do nosso devotamento a causa da instrucção do povoem todas as suas classes, base essencial, para o nosso progresso material e intellectual, freio irresistível à corrupção dos costumes que a Deus dará, se vão pervertendo do berço a velhice.
Além dessas ações o Dr. Laudelino fez doações em dinheiro para colaborar com a construção do prédio destinado ao Grupo Escolar, conforme consta registrado pela Câmara Municipal: “Cornélio França d‟Oliveira por parte da Comissão de Legislação apresentou parecer sobre o officio do Senhor Dr. Laudelino Gomes deAlmeida; aceitando a doação da quantia de tresentos mil réis (300$000) que o mesmo senhor faz a Câmara Municipal, como condição de ser a referida importância applicada como auxilio a construção de uma casa para o grupo escolar desta Cidade.(Sessão de 16/02/1909, presidida por Olegário Dias Maciel)”.
A cidade de Patos de Minas procurava integrar-se no movimento de modernização propagado pela República. A presença do edifício que abrigaria o Grupo Escolar em Patos de Minas ao mesmo tempo em que representaria o desejoso progresso era a materialização das ações em prol da instrução pública. É característica aos anos que compõem as décadas finais do século XIX a defesa de lugares apropriados e destinados à educação das crianças, passando os políticos e profissionais a advogar a necessidade de espaços edificados expressamente pelo serviço escolar. A “elite” de Patos de Minas estava continuamente na defesa de uma boa instrução, pois, a falta dela seria considerada pelo contexto local o único mecanismo capaz de dar explicações para o atraso da sociedade brasileira. Fato que pode ser claramente observado neste discurso: “Instrua-se o povo, prepare-o convenientemente e veremos a situação geral do Paiz marchar a contendo dos maiores heréticos contra nossa felicidade de povo magnânimo, vivendo actualmente na miséria e repousando sobre os maiores thesouros com que a sabia natureza nos aprouve aquinhoar (O Trabalho – 20/08/1908).
A educação era vista como instrumento capaz de amalgamar os ideais morais tão necessários para a (re) construção da nação brasileira. A escola seria passagem obrigatória para formação dos bons costumes e do caráter, não caminhar por essa passagem representaria a degeneração do espírito. Pode-se aquilatar essa afirmação aos pressupostos da República Velha, isto é, o fortalecimento da educação na concepção humanitária e a crença de incapacidade que pesava aos ombros do indivíduo desprovido de instrução. Os anos iniciais da Proclamação da República tornaram-se uma “cruzada” para organização da instrução pública elementar já que parecia incompatível a coexistir “grande povo” sem um processo sério de educação. Esses pressupostos podem ser identificados em matéria do Jornal Cidade de Patos (19/03/1916): “Nos parece ser o problema mais palpitante, de maior relevo e que deve maior carinho merecer dos poderes públicos. Em um paiz como o nosso, em que o analphabetismo domina mais de dois terços da população, é um erro procurar-se proteger as industrias, a lavoura, o commercio, as artes, etc. sem primeiro cuidar-se da instrucção primaria da individualidade. Já não nos referimos a instrucção secundaria, mas a primaria. O que vale distribuir-se arados e outras machinas a pessoas analphabetas? O que acontece é, que ellas materialmente pegam destes instrumentos e não sabendo ler as instrucções para usal-as, o resultado primeiro é negativo e ellas abandonam e voltam a rotina que lhes é habitual de d‟ahi, não se lhes arranca mais. O que vale facilitar-se a introducção de animaes de raça quando os creadores na sua maioria não sabe fazer uma seleção de cruzamento?.
Estava manifesta a opinião de alguns intelectuais da “elite” patense em relação ao processo educacional. A imprensa de Patos de Minas muito argumentava para mobilização educacional, mas também não se furtava de relatar a frustração pela falta de um Grupo Escolar na cidade para que de fato a instrução primária pudesse ser consolidada, visto que, em 1915 o Grupo era apenas um decreto. Em termos de ações concretas, existia um projeto que autorizava o Executivo o dispêndio de numerários financeiros para colaborar com a construção do prédio, isso em 1913, conforme lavrado em Ata da Câmara (24/09/1913, presidida por Marcolino de Barros): “O senhor Agenor Maciel, por parte da Comissão de Redacção apresentou o parecer que recebeu o numero onze, offerecendo a redacção final do projectonumero três, do senhor Noé Ferreira da Silva, auctorizando o Agente Executivo a dispender ate vinte contos de réis (20:000$000), para auxiliar a construcção de um prédio destinado a um grupo escolar n‟esta cidade, ficando-lhe aberto o necessário credito, podendo empregar as rendas acumuladas por leis anteriores, destinadas as obras publicas, revogadas as disposições em contrario. O mesmo senhor pediu a palavra e requereu urgência para que fosse immediatamente approvada a redacção final d‟este projeto, sendo pela camara concedida a urgência requerida, o senhor Presidente pôs em discussão, não havendo que sobre a mesma pedisse a palavra, pôs a votos, sendo unanememente approvada. Lavre-se o autographo”.
Todas as discussões e ações convergiram somente para a instalação do estabelecimento escolar que fora previamente denominado de “Grupo Escolar de Patos”. Decorridos os anos, a inauguração do Grupo Escolar em 04 de junho de 1917 representava a materialidade dos ideais de civilidade, modernidade e progresso. Essa data foi marcada por comemorações para as famílias. Para as autoridades locais responsáveis por presidir a cerimônia de instalação os discursos tinham tom de felicitações: “Tomando a palavra o inspector municipal, expoz aos presentes o fim daquela sessão, a qual era a instalação do grupo escolar, e detendo-se em outras considerações relativas ao acto se se ia realisar, conclui-o por felicitar, em nome do governo, à população de Patos, pela acquisição que acabava de ser effectivada, para beneficio da instrucção neste municipio. Concedida a palavra aos oradores inscriptos, os quaes em termos cheios de elevação e em que se traduzia o jubilo e o reconhecimento do povo pelo melhoramento que lhe era concedido, muito concorreram para o brilhantismo do acto, no qual se acha representada a população da cidade, com o comparecimento de numerosas famílias. Para maior realce da solenidade, compareceram as duas corporações musicaes que executaram alternadamente, marchas festivas” (Sessão da Câmara Municipal de 24/09/2013, presidida por Marcolino de Barros).
O inspetor municipal, Maurício Pottier Monteiro, na solenidade de inauguração sugeriu a mudança de nome da instituição para “Marcolino de Barros”. Fazendo o uso da palavra o inspetor declarou: “Por solicitação e traduzindo o pensamento de vários amigos, salientou o ardor com que se havia empenhado o Dr. Marcolino de Barros para a realização desse desejo, há muito alimentado pelo povo e acabava de se concretisar, e lançou a ideia de ser dirigida ao governo do Estado, uma representação em que se solicite seja dada a denominação ‘Marcolino de Barros’ a este grupo escolar, tendo como testemunho de reconhecimento e para que fique ligada a esta instituição a benemerência de seu nome”.
Tendo em vista tão grandes feitos para a cidade patense parecia justo que o Grupo Escolar recebesse o nome do Dr. Marcolino de Barros. Decorridos dois anos foi deferido o pedido e em 1919, o estabelecimento de instrução pública passou a denominar “Grupo Escolar Marcolino de Barros”. Em relação à homenagem prestada ao Dr. Marcolino como sendo o patrono para Grupo Escolar, o jornal “Cidade de Patos” (10/06/1917) registrou a seguinte nota: “testemunho de reconhecimento, e do alto valor em que são tidos os seus esforços pelo progresso do município. É uma homenagem esta, em que se faz abstracção do seu valor político, e real e merecido destaque, para nelle se encarar com maior saliência o incansável benemérito desta terra, que tanto deve hoje. É, pois, uma homenagem filha de sentimentos nobres e legítimos, e a qual todos os habitantes de Patos vão prestar o seu concurso, sincero, expontaneo e justiceiro”!
A inscrição “Grupo Escolar” estampada em lugar de destaque na fachada da edificação, no caso específico de Patos de Minas, representava por um lado a identidade dada à instituição digna por ministrar a instrução pública da cidade e por outro lado testemunhava e atestava o empenho de quem havia despendido esforços para materialização do ato, seria uma forma de reconhecimento e agradecimento. Vale a pena conferir, no artigo que se segue, os comentários do articulista em relação à inauguração do Grupo Escolar como afirmação de um novo padrão de comportamento embasado na disciplina e na boa moral: “O acontecimento mais palpitante da hebdomada que vem de decorrer foi para Patos a installação do seu Grupo Escolar. E realmente, deve ser assignalado entre os factos da chronica da nascente cidade, como um dos mais promissores passos para o seu desenvolvimento intellectual e material, e como um dos melhores benefícios para a sua população. Um Grupo Escolar, rigorosamente constituído, preenchendo cabalmente os seus fins, não é uma acquisição secundaria e vulgar. Tem alguma cousa de mais significativamente elevado, do que os marcos de adeantamento que apenas satisfazem o goso e a commodidade. É um núcleo de trabalho, de aperfeiçoamento, em que as intelligencias se dilatam, a vontade e o caracter se educam, as faculdades se manifestam e aperfeiçoam, abrindo à infância um futuro até então desconhecido, e campos mais vastos e accessíveis para a applicação da actividade. A evolução dos caracteres e das intelligencias, é que succedem então os artefactos do progresso ela eclosão das necessidades e das aspirações, que vão surgindo progressivamente. Ao lado de cada escola de letras, deveria existir um aprendizado do trabalho. Mas este, surge por si mesmo, quando o menino sentindo-se capaz de aspirações, tem a ideia do dever, e comprehende que necessita do trabalho, para poder vencer na vida. A população de Patos deve pois, rejubilar-se com o acontecimeno que se concretisou na installação do Grupo Escolar, iniciado sob tão bons auspícios, e cercado das melhores garantias para fecundos e proveitosos resultados” (Cidade de Patos – 10/06/1917).
Realiza-se com o Grupo Escolar o projeto político local de promover a modernização dos serviços públicos, de forma especial a instrução pública na cidade. Os espaços do Grupo Escolar construído em Patos de Minas pareciam atender bem do ponto de vista administrativo-pedagógico as necessidades advindas do ensino graduado. O Grupo era fisicamente composto por: um salão central, seis salas de aula, um cômodo destinado ao toalete dos professores, seis sanitários, sendo três para cada sexo, dois pátios amplos para recreio e exercícios físicos e uma sala para a biblioteca. As grandes janelas que ocupavam a fachada do estabelecimento e os alpendres eram responsáveis por arejar o ambiente. A imponência do prédio afirmava sua identidade e finalidade de servir à instrução pública. Apesar de não termos a exatidão do projeto arquitetônico do primeiro prédio do Grupo Escolar, decorridos apenas 04 anos de sua inauguração, o prédio já dava sinal de serem necessários alguns reparos em sua estrutura, registrados por Honório Guimarães, na ocasião inspetor regional de ensino. O termo de visita de 16/02/1921 atestava: “Prédio escolar: precisa de reparos urgentes, que foram orçados e cuja execução, devidamente autorizada vai ter lugar para estes dias. Pateos de recreio: o Diretor pedirá autorização para mandar proceder a capina do terreno escolar, informando à secretaria a importância a dispender. Depósitos de agua: as caixas que acumulam as reservas d‟agua são insuficientes para as descargas necessárias ao bom funcionamento das instalações sanitárias”.
Esses reparos estruturais no Grupo Escolar foram solucionados, pois decorridos três anos consta no Termo de visita do inspetor regional Joaquim Gasparino P. de Magalhães (15/10/1924) que: “Ao revistar as condições do prédio, acomodações, instalações sanitárias e todo o mobiliário escolar, constatei que tudo se acha em bom estado de conservação, verificando também que o prédio e todas as suas dependências offerecem a segurança de hyggiene e conforto exigida pelo regulamento de instrucção publica do Estado”.
Parecia ser rotina da edificação que abrigava o Grupo Escolar a necessidade de reparos. No período de 05 a 26 de abril de 1926 o Grupo recebeu visitas de inspeção técnica realizada por Salatiel Rodrigues de Melo e de acordo com o Termo de Visita (26/04/1926) lavrado percebe-se que as condições físicas do prédio estavam novamente sinalizando a necessidade de reformas: “Não está bem conservado. Paredes exteriores denegridas pela acção do tempo e as interiores necessitadas de limpeza, assim como o soalho tem alguns defeitos. Os alpendres também precisam de reparos. Há dois pateos amplos para exercicos physicos e recreio dos alummos, sendo lastimável o estado dos muros, que estão ainda em alvenaria de tijolos, sem rebouco e caiação”. No ano subsequente tem-se o apelo do inspetor municipal, Antônio Dias Maciel, que após vistoria no prédio (27/08/1927) pronunciou: “Deixo exarado neste termo de visita um apelo aos poderes competentes para que sejam sanadas as faltas que se me deparam: o prédio em que funciona o grupo necessita de uma limpeza geral e concertos inadiáveis”.
Apesar dos registros e solicitações em relação aos reparos que se faziam necessários no edifício do Grupo Escolar, não constatamos nos documentos analisados, as providências que foram tomadas. Talvez essa lacuna de providência se deve ao fato de ser um prédio provisório, pois a “elite” local estava envidando esforços para se construir um Grupo Escolar que fosse realmente condizente com a importância de suas atribuições. O novo prédio e definitivo do Grupo Escolar Marcolino de Barros foi entregue para a população em 1933. A concretização da construção definitiva do prédio se deve a esforços de Olegário Maciel que a época da construção era Presidente do Estado. Esse imponente e majestoso estabelecimento de ensino foi construído na região central da cidade e ocupava uma extensa área. Sua nova estrutura em forma de “U” ocupava dois pavimentos cujo acesso se dava por escadarias. Agora era considerado pela “elite” um estabelecimento condizente com os ideários republicanos no sentido de prosseguir com projeto de formação do cidadão da República para a República.
* Fonte: A Organização da Instrução Pública de Patos de Minas no Contexto Republicano de 1892 a 1928, de Andréa Fabiane Machado Diniz (graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Patos de Minas-UNIPAM, aluna do Programa de Mestrado em Educação da Universidade de Uberaba-UNIUBE) e Dra. Luciana Beatriz de Carvalho (Doutora em Educação pela Universidade de Campinas-UNICAMP, Professora do Mestrado em Educação da Universidade de Uberaba-UNIUBE e coordenadora do projeto “A organização da instrução pública nas cidades de Uberabinha e Patos de Minas: educação e civilização, 1889-1930”, orientadora da pesquisa).
* Foto 1: 1.º dia de aula do Grupo Escolar de Patos, constante no livro Patos de Minas Centenária, de Oliveira Mello.
* Foto 2: O prédio como Ginasio Municipal de Patos (Benedicto Valadares) na década de 1940, do arquivo de Donaldo Amaro Teixeira.
* Foto 3: Grupo Escolar Marcolino de Barros na década de 1960, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho.