Durante a 2.ª Guerra Mundial, 12 patenses fizeram parte da FEB – Força Expedicionária Brasileira, e combateram na Itália de setembro de 1944 a 02 de maio de 1945. O primeiro a partir foi Hildebrando José de Souza, seguido de Cláudio Dias Maciel, Altino José Ferreira, Geraldo Cardoso dos Santos, Jaime Ramos, José Alves Coelho, Walter Coelho, Walter Vandir da Cunha, Aristides Santos, Gaspar Guimarães Silva, Wilson Moreira de Andrade e Jaime Pinto da Rosa.
Nenhum deles morreu na guerra. Todos puderam regressar, para alegria de suas famílias e amigos. Apenas Geraldo Cardoso dos Santos foi ferido gravemente, sendo levado para os Estados Unidos a fim de submeter-se a rigoroso tratamento. Feriu-se também Walter Vandir da Cunha, com menor gravidade.
Cláudio Dias Maciel recebeu o encargo de identificador de corpos de brasileiros, alojado na segunda linha de frente. Muitas vezes transpunha a primeira linha, avançando até ao campo inimigo para retirar os corpos a fim de dar-lhes uma sepultura condigna de herói da Pátria tombado em campo de batalha. Enfrentou muitos perigos, arriscou a sua vida, mas cumpriu, com ato de bravura, a sua nobre missão.
Altino José Ferreira tinha a função de atirador de fuzil e metralhadora na primeira linha de frente.
Geraldo Cardoso dos Santos, Jaime Ramos e Jaime Pinto Rosa eram fuzileiros, componentes de um grupo de 12 pracinhas.
José Alves Coelho era motorista, encarregado de transportar material de guerra da retaguarda para a frente de batalha, correndo o risco de ser atingido por minas antitanques. Felizmente, jamais foi atingido.
Walter Vandir da Cunha pertencia à Companhia de Serviço, realizando o serviço de contato com os inimigos, após o rompimento da linha inimiga, missão bastante árdua e perigosa.
Tenente Gaspar Guimarães da Silva, era comandante de pelotão.
Os sargentos Wilson Moreira de Andrade, Miguel Andrade e Aristides Santos comandavam grupos de fuzileiros.
Hildebrando José de Souza, que recusou diversas promoções, sobretudo por causa da tremenda responsabilidade do comando, exercia a função principal de telefonista, em contatos com patrulhas de vigilância, de reconhecimento, de emboscada e de desorganização inimiga. Comandou ainda seção de metralhadora. Tomou parte em diversos ataques, sobretudo em Montese.
Terminada a guerra não regressaram todos ao mesmo tempo, mas alternadamente, em escalões diferentes. Às vésperas de chegar um destes escalões, a edição de 12 de agosto de 1945 do jornal Folha de Patos publicou a seguinte matéria:
Dentre de breves dias deverão chegar os expedicionários patenses. A cidade tem o dever civico de recebe-los condignamente, como o têm feito as demais cidades do pais. E porque é um dever civico festejar os que regressam dos campos de batalha da Europa?
Quando o Governo da República deliberou, obrigado por circunstâncias da politica internacional, enviar um corpo de tropas ao teatro da guerra em que o Brasil fora levado em defeza dos principios morais que constituem a essencia de sua formação historica, foi para a mocidade que apelou e a ela entregou a defeza de sua honra de nação soberana. Foram convocados milhares de jovens, e dentre eles selecionou-se a força expedicionaria, na qual a fina flor de sua mocidade. Eram fisicamente aptos e moralmente capazes de enfrentar os riscos e agruras das batalhas, hoje mais duras do que nunca. E eles, informam e testemunham os chefes militares brasileiros e extrangeiros, cumpriram bem a sua tarefa, dignificaram o nome da terra que lhes havia servido de berço e corresponderam a imensa confiança que a nação inteira depositara na sua inteireza moral e na sua capacidade física.
Tornam à terra natal, depois de longos mêses de ausência, concientes do dever cumprido e credores de nossa gratidão. Lá deixaram muitos e muitos companheiros tombados nas flaldas dos Apeninos, em terras extranhas, embora seja ela a terra formosa da doce Italia, patria da latinidade. Eis por que as festividades deverão ter um carater civico, e devem envolver toda a população.
Deve a Municipalidade tomar a iniciativa de promove-las, dando assim o exemplo a todos os cidadãos. E ninguem se negará a tomar parte na recepção dos patenses que tornam ao lar com a consciencia limpa do dever cumprido. A nossa terra tão amoravel foi por eles dignificada. É seu dever civico, honra-los em prova de gratidão e de consciencia de um dever para com a Patria, cuja bandeira conduziram magnificamente na heroica e gloriosa arrancada de Monte Castelo.
São estes os patenses que estiveram integrando a força expedicionaria:
Claudio, filho de Edmundo Dias Maciel; Altino, filho de Deodato José Ferreira; José, filho de Angelo Coelho; Hildebrando, filho de Idelfonso José de Souza; Geraldo, filho de José Cardoso dos Santos; Jaime, filho de José Pinto da Rosa.
* Fontes: Patos de Minas: Capital do Milho, de Oliveira Mello; Jornal Folha de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Talysma.com.br.