X OLIMPÍADA ESTUDANTIL PATENSE: É TEMPO DE LOTAR O POLIESPORTIVO

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É tempo de lotar o Poliesportivo. Enchê-lo de novo, novamente. A juventude em festa. Em cena. O Poliesportivo, o palco. É olimpíada outra vez. É cor. É raça. É grito. Suor e rivalidade. Rivalidade sadia. Aquelas brigas eram papo furado. Talvez invenção de alguém que odeia o que é bonito. E o que é o esporte. A gente até sente um arrepio quando o time entra na quadra. Tudo pela vitória. As palmas. O canto. O medo de perder. Mas como é difícil perder numa olimpíada. Quem compete vence. Não que o importante seja competir.

O importante é vencer, seja quem for. Custe o que custar. E, depois, ficar saboreando o sabor gostoso da glória. E quanto mais saborear, melhor, porque ela passa logo.

É tempo de sair durante o dia e sumir no Poliesportivo. Sem vontade de almoçar. Sem fome de sair de lá. Sumir não, consumir-se. É tempo de lotar o Poliesportivo. Tempo de encher a alma, derramar o que é belo no jovem. A energia. Os gestos espontâneos do esporte.

Quem se atreveria a dizer que não é o esporte a atividade que mais provoca reações espontâneas? E, involuntariamente, ser outro. A outra parte. Lá dentro da quadra, aquele menino tímido grita, e vibra, e esbraveja. Quer vencer.

Aquela garota pacata e preguiçosa, admiradora das aulas de religião, não se controla. Se enerva. Se esgota. Quer vencer. Agora é o dia inteiro. A noite é uma criança mais do que nunca. Vontade de ir prá casa? Nem um pouquinho. Jantar? Prá que?

É tempo de lotar o Poliesportivo. Fazê-lo transbordar a emoção da vitória. O lamento da derrota expurgar. O grito prá fora. O grito de gol. De olé. É tempo de morar no Poli. Namorar. Folgar. Ficar afônico. E mesmo assim gritar, ainda que o grito não produza som. Produzirá conforto? A juventude lotou o ginásio. Ele está cheio de novo. Não há briga nem guerra. Só “juventude e fé”.

* Fonte: Texto publicado com o título “É Tempo de Lotar” na edição de 12 de outubro de 1985 do Jornal de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: portaldenoticias.com.br, meramente ilustrativa.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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