RELAÇÃO ENTRE GATOS E HUMANOS

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O tipo de relacionamento mantido entre homens e gatos pode estar mais próximo da relação inter-humana do que se pensava. É o que descobriram pesquisadores da Universidade de Viena. Segundo o estudo, publicado na revista especializada Behavioural Processes, a ligação entre gatos e seus donos depende diretamente da personalidade, sexo e idade de ambos, dos sentimentos pontuais e do tempo de convivência entre os dois, características verificadas nos relacionamentos entre seres humanos.

A pesquisa, desenvolvida na cidade de Viena entre 2005 e 2006, observou a relação entre 39 donos e seus gatos. Foram escolhidos todos os tipos de “amizades”: entre donos homens e gatos machos, mulheres e gatas, gatos e mulheres e homens e gatas. A maioria dos animais passava grande parte de seu tempo em casa, convivia bastante com o dono e o tipo de relação era forte. “Os gatos eram considerados amigos, membros da família ou ainda ‘filhos’ de seus donos”, diz o resultado de um questionário preenchido por cada participante.

Os pesquisadores descobriram que a relação entre os gatos e seus donos é baseada em um verdadeiro jogo de interesses. São relações complexas, em que há contribuições emocionais de ambos os lados. Por exemplo, se um dono faz carinho no seu gato quando ele pede, terá “créditos” com o animal posteriormente, quase como se um devesse a retribuição do afago ao outro. Além disso, o gato irá recompensá-lo mais tarde.

Também se constatou que o humor e a personalidade dos donos afetam a forma como o gato reage. Os animais conseguem sentir as variações de humor dos donos, e se recolhem ou se aproximam dependendo disso. Mas só dos donos. “Em nossos estudos, descobrimos que fatores como a abertura do gato às pessoas não são independentes”, diz a pesquisa. Embora não pareça, eles reagem de formas diferentes quando com estranhos.

Outros resultados mostraram que, curiosamente, gatos parecem se dar melhor com mulheres. “Nos relacionamentos com uma dona, o número de gatos que iniciam o contato físico é maior que nos relacionamentos de gatos com homens”, independente do sexo do animal. O estudo também aponta que donos neuróticos tendem a ter contato mais distante com seus bichos, ou seja, têm uma relação fria em que o gato sabe que aquela pessoa serve como provedor de alimento e não necessariamente o respeita. A idade e a personalidade do animal também influenciam a relação.

Os pesquisadores de Viena pretendem aprofundar os estudos após constatarem que os mesmos tipos de comportamento não são observados em gatos que são criados mais livres, ou seja, animais que vivem em casas com jardins, por exemplo, e que passam mais tempo longe dos donos. Nesses casos, não foi constatado que fatores temporais, como o humor momentâneo do dono, pudessem ser levados em consideração pelo bicho. Ainda assim, eles estão seguros de que a relação entre dono e gato envolve certos tipos de interação que fazem um, de fato, entender o que o outro está sentindo, como antes só tinha sido verificado entre humanos.

Benefícios provenientes dessa relação podem ser observados desde os primeiros contatos entre ambas as espécies, através da eliminação dos roedores pelos gatos e o fornecimento de alimentação e ambiente seguro pelos humanos. Atualmente, através de estudos constatou-se que os felinos proporcionam melhorias para a saúde humana, por meio de terapias assistidas para fins terapêuticos, com sua presença no nosso dia a dia auxiliando na diminuição do estresse e substituindo a falta de relacionamento com outras pessoas ou agregando na sociabilidade fornecendo suporte emocional.

Um estudo realizado com filhotes como co-terapeutas na terapia assistida para idosos, observou resultados positivos em relação ao contato entre ambos, tendo em média uma tolerância de 50 minutos de aceitação do animal de contato com o humano. Diversas são as doenças que podem ser auxiliadas pela terapia assistida com felinos, são elas: depressão, ansiedade, artrite, doença de Alzheimer, Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), doenças cardiovasculares, autismo etc. Através do contato visual, tátil (carícias) e sonoro (ronronar), os gatos tem a capacidade de diminuir o estresse, tensão, sensações de solidão e mau-humor, apresentam a capacidade de reduzir o mau-humor, porém não aumentam as experiências de bom-humor, a interação com eles também pode reduzir a pressão arterial, aliviar a taquicardia ventricular e aumentar expectativa de vida de pacientes cardíacos e com câncer terminal.

Acariciar esses animais pode reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e asma, pois sua pele libera íons negativos que proporcionam uma sensação de alívio, relaxamento e aceleram a recuperação, pacientes com autismo, artrite e distrofia muscular são encorajados a escovar os pelos e imitar seus movimentos como forma de exercício, terapias assistidas com os gatos para pacientes com câncer aumenta a mobilidade do paciente, o relaxa e o motiva a melhorar sua saúde e bem-estar, essa terapia também pode auxiliar pacientes com Alzheimer, pois criam uma rotina e pode liberar memórias caso o paciente já tenha possuído um animal de estimação. Pacientes autistas tendem a não se adequar as características de cães, se adaptando mais aos felinos suaves e calmos a fim de deixá-los tranquilos e acomodados.

* Fontes: crmvsp.gov.br e sistemasfacenern.com.br.

* Foto: pt.vecteezy.com.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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