DEGRADAÇÃO DA FAMÍLIA NA DÉCADA DE 1940

Postado por e arquivado em ARTIGOS.

TEXTO: JORNAL FOLHA DE PATOS (1945)

Quando voltamos os olhos para os dias vividos percebemos, uns após outros, as angustias das familias vendo periclitar sua instituição, os ganidos doloridos dos “rabino cratas” apavorados com a crise futura e o despudor da maioria da mocidade, acomodando-se a situações degradantes, sentimos nós os velhos e passadistas (como nos chamam) uma grande magua no coração.

Ninguem pode tentar negar o precipicio em que despenca a instituição da familia, base da sociedade civil e da felicidade individual, motivado pela decadencia dos costumes e pelo desequilibrio entre o progresso moral e o material e ainda ais pela vitoria da carne sobre o espirito ou do vicio sobre a virtude.

E’ sabido que a sociedade se compõe de três grupos: os virtuosos que resistem e procuram o equilibrio, os viciados infelizes que tudo procuram arrastar na sua queda e os que oscilam entre os extremos, ora amparando a virtude e ora estimulando o vicio.

Situamo-nos entre estes ultimos e maguadamente vemos que com a sua fascinação, com a sua falta de entusiasmo pela beleza, com a sua carencia de respeito pela severidade e com seu rebaixamento de carater, o vicio arrasta a mocidade, cidadãos de amanhã, para o seu regaço.

E’ ardua e trabalhosa a senda da virtude que exige decisão e força de vontade para ser palmilhada até atingir a plenitude do prazer no equilibrio entre o espirito dominador e a materia dominada, ao passo que pela larga avenida do vicio desliza-se suave e vaporosamente até ao embrutecimento completo das faculdades do espirito.

Assim os viciados embutecidos concorrerão para a desagregação social porque, se constituirem familia, o seu lar não serà um azilo venturoso da virtude, mas um angulo de angustias e reações mutuas, que cedo ou tarde se desmoronará na vasta area de uma sociedade apodrecida.

Dir-se-á que ainda não chegamos ao abismo em que se despenharam outros povos que dizem civilizados, mas a questão não é de paridade absoluta, é apenas de saber se vamos em caminho de ruina, e isto é inegavel deante dos fatos que nossa sociedade tem presenciado nesse século do Radio.

E’ pela moralidade que as nações se rebustecem e pela corrupção que se aluem, assim preservamos, enquanto não se polue por completo, a alma da sociedade de nosso tempo, da degradação moral que ocorrerá a negação da familia e o esboroamento da nação.

A’ mocidade, que lamentavelmente se acomoda em situações degradantes, cabe a reação energica contra as seduções do vicio, para preparar a sociedade futura nas bases solidas da moral religiosa.

Enquanto é tempo, moços amigos, segui o conselho da nossa experiencia, mesmo porque será para vosso bem estar pois… a vida continua.

SLOW.

* Fonte: Texto publicado sem título na coluna A Vida Continua da edição de 28 de janeiro de 1945 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Foto. Primeiro parágrafo do texto original.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe