FORMIGAS RECLAMAM DA BARULHEIRA NO CINE MAGALHÃES

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Palestravam, ha dias, no Largo da Matriz duas formigas:

− Vivo mal satisfeita aqui nos Patos, Comadre, estão movendo no “O Commercio” uma campanha odiosa contra nós e isso me tem desgostado.

− Ah! Comadre, isso não é nada, e eu que estou com a familia quasi sem casa! Como sabe, moramos perto do Cinema, quasi em baixo do salão e não podemos supportar a barulheira infernal que muitos espectadores fazem quando passa uma fita que agrada, è uma bateção de palmas, apartes e gritos que não nos deixam dormir.

Quando acontece o motor parar, quasi a casa vem a baixo com as bordoadas que arrumam no chão, no meio de um sapateado medonho. Lá em casa ninguem dorme… e eu, doente como ando, não prego olho uma vez, apezar do Dr. ter falado que eu preciso de repouso.

− O Cel. Arthur já deu ao Cinema, um aspecto dos de lá fòra, muito limpo, com camarotes commodos, num predio bom, etc., e podiam assistir Cinema como là fora.

− Como, Comadre?

− Em silencio, isto é, sem gritarias.

* Fonte: Texto publicado na coluna Ridendo da edição de 19 de abril de 1914 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.

* Foto: Início do texto original.

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