MARIA GUILHERMINA VAZ DE MELLO − FALECIMENTO

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Já não existe mais aquella cujo nome serve de epigraphe para estas linhas, que a admiração e a amizade nos fazem traçar.

Para minorar-lhe os soffrimentos physicos, de nada valeram-lhe os carinhos e desvelos dos seus, e os cuidados medicos que lhe foram dispensados.

Após vinte e muitos dias de crueis padecimentos, confortados com os Sacramentos da Santa Egreja, entregou sua alma ao Creador, nesta cidade, ás seis horas da manhã de quarta-feira passada, aquella veneranda senhora que, na intimidade, era chamada − Sinhá.

Contava ella 78 annos de edade, era filha legitima dos fallecidos Cap. Josè Alves Pinto e de D. Anna Guilhermina de Mello.

D. Sinhá, a quem todos veneravam por sua bondade extrema, por suas acrysoladas virtudes, era viuva do saudoso Major Manoel Josè Caixeta, ha annos fallecido, com quem teve os oito filhos seguintes: D. Olympia Caixeta de Mello, casada com o Cap. João Gualberto de Amorim; D. Henriqueta Augusta de Mello, casada com Manoel Pereira Caixeta; D. Adelaide Caixeta Maciel, casada com o Cel. Farneze D. Maciel; D. Maria Caixeta de Mello Borges, casada com o Major Olympio Borges; D. Adelina Caixeta de Mello, casada com Augusto Caixeta de Queiroz; D. Dorvina Caixeta de Mello, casada com Josè Antonio Borges; D. Florinda Caixeta de Mello, casada com o Professor Leonides de Mello Ribeiro; e Aurelio Caixeta de Mello.

Deixa ella, alem d’estes 8 filhos, 59 nettos e 39 bisnettos, ao todo 106 descendentes, todos vivos.

O seu enterramento teve logar às 6 1/2 horas da tarde do mesmo dia, com enorme concorrencia de pessôas, representando todas as classes sociaes d’esta cidade, officiando nelle o digno irmão da finada, nosso venerando Vigario Conego Getulio de Mello que, ao baixar á sepultura o cadaver de sua saudosa irmã, agradeceu, profundamente emocionado, a todos, o acto de caridade que praticaram, acompanhando os restos mortaes d’aquella que lhe era tão cara, atè à sua ultima morada.

A Philarmonica “Santa Cecilia” tocou, durante o acto, commoventes peças, caprichosamente escolhidas de entre as muitas de seu vasto repertorio.

Sobre o caixão ricamente ornamentado, vimos riquissimas corôas, de entre as quaes conseguimos tomar nota das que traziam os seguintes dizeres: − A’ nossa bôa Mãe, Sogra e Avó, Saudades do Aurelio, Henriqueta e Filhos. − Saudade Eterna do Juca, Dorvina e Filhos. − Eterna Saudade da Mariquinha e Olympio, com seus filhos, genros e nettos. − A’ Mamãe, Saudades da Lympinha e familia. − Eterna saudade do Manoelsinho, Queta e familia. − Recordação e Saudades do Augusto, Adelina e filhos. − Eterna lembrança do Leonides, Flôr e filhos. − Saudades do netto ausente José Olympio Borges. − A’ Tia Sinhá, Maricota e Zé de Mello. − A’ Madrinha Sinhá, Saudades da Magdalena e do Adelio. − A’ Tia Sinhá, Saudades da Anna e Josepha.

O “O Commercio”, collocando, por sua vez, uma singela corôa de saudades sobre a campa da veneranda e inesquecivel senhora, envia sinceros pezames a todos os irmãos, filhos e demais parentes da fallecida.

* Fonte: Texto publicado na edição de 27 de abril de 1913 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.

* Foto: Quinto parágrafo do texto original.

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