TEXTO: JORNAL O TRABALHO (1907)
Patos começa a despertar-se de profundo lethargo em que jazia e as esperanças lhe vão sorrindo pouco e pouco − já vae progredindo.
Nota-se um quer que seja de animação e um prurido de progresso que, Deus permitta, não se arrefeça no inicio, como soe acontecer com todas as nobres idéas que se aventam e que ficam sempre no nascedouro.
Já é conhecido do publico a effectividade da construcção do matadouro Municipal que, alem de ser um optimo melhoramento local, muito vem concorrer para o saneamento da cidade.
Até agora o gado é abatido nas casas de residencia cujo proprietario se affaz a este ramo de comercio e d’ahi a multiplicidade de pequenos açougues como tantos focos de polluição da atmosphera urbana pela absoluta falta de limpeza, e a fiscalisação das carnes ainda em estado embryonario, deverá merecer apóz a conclusão do Açougue, rigorosa vigilancia da parte da auctoridade competente afim de restringir-se o consumo de carnes doentias e infestadas que immensos damnos vão causando á população em beneficio da bolsa dos poucos escrupulosos que abatem rezes sem o necessario exame do Fiscal para o qual devem estar voltadas as vistas do digno Vice-Presidente da Camara¹, impellindo a melhor zelar pela saude publica, pela tranquilidade do povo, e cuidar da extincção da canzoada, e do melhor escoamento das aguas, estancadas e apodrecendo nos regos, ameaçando tantas vidas com o apparecimento a febres de mau caracter de que já ha casos na cidade.
* Leia “15.ª Câmara Municipal – 04/01/1907 a 04/01/1908”.
* Fonte: Texto publicado sem título na edição de 20 de outubro de 1907 do jornal O Trabalho, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.
* Foto: Primeiro parágrafo do texto original.