O Jacarandá do Cerrado (Machaerium opacum) é uma árvore de pequeno a médio porte, em média 8 metros de altura, pouco esgalhada, tronco tortuoso, raramente reto, casca grossa, folhas compostas, imparipenadas, lanceoladas, meio dobradas, verde-brilhante. Possui madeira resistente, mas usada apenas em pequenos serviços de carpintaria devido ao tamanho e à tortuosidade de seu tronco. Hoje o risco de extinção é enorme. No Distrito Federal, o Decreto n.º 14.783 de 17 de junho de 1993, tombou-o como Patrimônio Ecológico juntamente com outras espécies de semelhança importância. Pelas bandas de Patos de Minas, como qualquer árvore nativa, já foi deveras abundante. Notícias dão conta que já queimou em muitos fogões à lenha. Uma aqui, outra acolá, estas vítimas do progresso não dormem em paz com a eterna ansiedade de saber quais, das poucas remanescentes, vão ser as próximas a entrarem nos dentes afiados da motosserra. Milagrosamente, esse exemplar sobrevive na Rua dos Carajás, quase na esquina com sua colega José Augusto de Queiroz, no Bairro Caiçaras, a um quarteirão da Avenida Marabá. Atrás, o milharal urbano aprecia, num lote que, não tem escapatória, vai ser ocupado por um empreendimento imobiliário.

* Texto e foto (24/03/2021): Eitel Teixeira Dannemann.