O Caiçaras Country Clube surgiu no início da década de 1960 e é um período sem muitos registros em seus arquivos. Os que tiveram a oportunidade de frequentá-lo naquela época lembram que existiam duas piscinas, uma maior para adultos e outra pequena para crianças. A primeira era daquelas que tinha uma parte rasa e uma parte funda, com o tradicional trampolim de madeira. E nas águas da piscina sistematicamente ocorria um fato deverasmente nada salutar.
Num certo domingo de 1968, uma turma da pesada, no bom sentido, conversava animadamente à beira da cita piscina saboreando cervejas e mais cervejas e outros álcoois turbinados. A farra era boa, mas saudável, e o papo divertido:
– Meu menino não conseguiu passar de ano no Marcolino de Barros e resolveu ser espertinho comigo. O danado me veio com essa: − Pai, o fim do ano foi magnífico, e os professores ficaram tão impressionados que exigiram que eu repetisse.
– Já conheceram a nova moça da Lé? Dizem que ela detesta homens brutos, e detesta tanto que colocou uma plaquinha na porta do seu quarto com os dizeres entre sem bater.
– Trem bão, sô, o quilo da carne abaixou.
– Uai, agora ele pesa quantas gramas?
E papo indo, papo vindo, a todo momento um se levantava e tibum na piscina. É quando acontecia o tal fato deverasmente nada salutar: xixi! Mas um deles não conhecia essa prática e quando se dirigia ao banheiro ouviu:
– Bocó, faz que nem a gente, faz na piscina.
E ele foi. De repente, correria, reclamação, apupos, um fuzuê danado. Não demorou um minuto o fulano foi chamado à Diretoria para receber um mês de suspensão. Ele chiou:
– Pô, todo mundo faz isso e só eu sou suspenso?
– Sim, sabemos disso, mas o senhor foi o primeiro que fez xixi de cima do trampolim.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 02/02/2013 com o título “Avenida Paracatu na Década de 1920”.