É um cão bastante antigo, descendente direto do Bloodhound. Shakespeare descreve-o com uma imagem poética: “Possui orelhas que varrem o orvalho da manhã”, mas a verdadeira notoriedade do Bassê começa em 1863, quando foi apresentado na 1ª Exposição Canina de Paris, no Jardin D’Aclimatation. Três anos depois ele chegou à Inglaterra, sendo apresentado pela primeira vez na Exposição de Wolverhampton em 1875. Depois de sucessivos cruzamentos, em 1883 foi reconhecido pelo Kennel Club Inglês. Mas na Inglaterra surgiram disputas acirradas entre duas facções, a que o queria manter como cão de caça e a que pretendia transformá-lo em grotesco cão de companhia. Entre os dois litigantes destacaram-se então os criadores americanos que dele selecionaram um simpaticíssimo cão de luxo sem eliminar-lhe as qualidades de caçador, lançando-o em todo o mundo nos anos 1950.
Cão de pernas curtas com ossatura pesada, mas com movimentos ágeis e desembaraçados. Altura média de 35,5 cm e peso entre os 18 e 23 kg. Tem cabeça grande e bem proporcionada, crânio abobadado com protuberância occipital acentuada. A pele é flácida em toda a cabeça e cai em rugas profundas. O nariz é preto; os lábios são pendentes; os dentes desenvolvidos, mordendo em tesoura; o pescoço forte e as barbelas pronunciadas; olhos escuros, doces e tristes; as orelhas são tão compridas que se fosse puxadas para a frente ultrapassariam a ponta do nariz. A cauda é alegre e traça uma ligeira curva. O pelo é curto e liso, geralmente preto, branco e marrom (tricolor); limão e branco (bicolor); mas, qualquer cor reconhecida é aceitável. Quanto ao temperamento, é muito dócil, mas não tímido; muito afetuoso com o dono e amigos da família; um pouco teimoso; ladra em timbre agradável. A sua característica natural é a da caça nas tocas e ao ar livre, por isso é empregado na captura de raposas, lebres, faisões e outros. Possui um ótimo faro, mas é de reflexos um pouco lentos. Depois da seleção realizada nos Estados Unidos, obteve fama internacional, principalmente como originalíssimo e bom cão de companhia.
Nunca se soube de um caso sequer de um Bassê ter atacado o ser humano. Ele é tão manso que chega-se a afirmar ser o cão de companhia mais dócil que existe. Outra característica da raça é a preferência por uma boa soneca. Quando são filhotes, como em qualquer raça, são agitados e adoram brincar o tempo todo, mas sem esquecer de vez em quando de tirar um cochilo para recuperar as forças. Quando adultos continuam brincalhões, mas somente em poucos momentos do dia, principalmente nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde, quando a temperatura é bem amena. O que os adultos preferem mesmo é dormir. Como detesta solidão, raros são os casos que fica um dia inteiro sem outra companhia por perto, sem aprontar um verdadeiro escândalo, como latir sem parar e uivar, demonstrando toda a angústia de sua solidão.
* Fontes: Todos Os Cães, de Gino Pugnetti, e Lakepark.com.br.
* Foto: Racasdecachorro.com.br.