TEXTO: ITALO TERÊNCIO JOSÉ (1950)
E’ realmente impressionante o número de jardineiras que, diariamente, demandam de Patos, em rumo a distantes rincões ou longinquas cidades…
Quem se der ao trabalho de postar-se nas imediações do Edifício São Bento, bem no coração da cidade, terá ensejo de presenciar um dos mais significativos aspectos da realidade patense. Ali, a cada hora, é um ônibus que sai ou um ônibus que chega… E’ aquela vida trepidante e agitada no desejo incontido e são de procurar viver… Viver uma existência digna e honesta e não “viver perigosamente” como já o disse um general do nosso Exercito.
Vai a primeira… Outras e outras mais…
Deus do céu! Quantas serão?!!!
Reside aí uma das mais convincentes provas desse potencial em ebolição que é Patos de Minas. Que dizer-se de um município onde, diariamente, chegam ou saem 20 corridas de ônibus?
Há, ainda, uma singularidade assás interessante: é acentuada a noção de conforto que tem o patense. Em sua maioria os ônibus estão providos de todos os requisitos exigiveis à comodidade e bem estar dos passageiros… Não existe por aqui o pavor da distancia. Com a mesma tenacidade, fibra e segurança, vai-se a Belo Horizonte, Araguarí, S. Gonçalo ou ao vizinho município de Presidente Olegario.
E’ uma faceta brilhante da capacidade de luta desse bravo e forte que é o homem do sertão.
São seis horas da manhã. Aos nossos ouvidos mal dormidos ainda ecôam os rítimos das barulhentas marchas carnavalescas… Deitados, estamos a ouvir: “Vai partir a jardineira de Belo Horizonte. A todos, uma feliz viagem”!…
E lá se vai a primeira jardineira, singrando o solo de distantes municípios, levando-lhes a mensagem da grandeza patense e a inequívoca demonstração da capacidade realizadora de um povo que idealisa e que constróe!…
* Fonte: Texto publicado com o título “Jardineiras…” na edição de 26 de fevereiro de 1950 do jornal O Patense, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.
* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, publicada em 05/02/2013 com o título “Jardineira da Década de 1940”.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.