TRÂNSITO, MENINOS E CACHORROS EM 1967

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TEXTO: JORNAL FOLHA DIOCESANA (1967)

LEI DE TRÂNSITO é para todo o Brasil, menos para Patos de Minas. Nunca se viu coisa igual. A gente não tem nem tranqüilidade de atravessar a uma rua. Motoristas sem nenhuma cautela. Pensam que as nossas ruas são pistas de corrida. Sinal é para inglês ver. Não respeitam, vão entrando quando êle está fechado. Param com seus veículos em fila dupla, quando os dois choferes não param no meio da via pública, com seus carros congestionando todo o tráfego, para dar uma prosinha ou acabar de fazer qualquer negócio. E matam, como aconteceu na manhã do dia 12, parecendo que nem tomaram conhecimento do fato. Nós estamos precisando é de guardas de trânsito para aplicarem, sem dó nem piedade, as “suaves” multas de nosso atual Código de Trânsito.

COISA DAS MAIS DESAGRADÁVEIS é menino brincando no meio da rua. O transeunte não pode nem andar tranqüilo. Não apenas os pedestres mas também os motorizados. É um futebol e bate bola sem fim. E o pior de tudo que não apenas crianças, mas marmanjos já criando bigodes e barbas. Não têm a mínima consideração, pode passar quem passar, que não param. Não respeitam a senhora de tipo algum, nem as senhoras grávidas nem os velhos são por êles respeitados. É caso de polícia. Então nas ruas Marechal Floriano, D. Luiza e praça dos Bandeirantes, o negócio aí pega fogo. Seria bom uma ronda dos comissários de menor por estas regiões.

CACHORRO É UM ANIMAL de grande serventia, ninguém há de negar. Mas os seus proprietários que os tenham nos canis apropriados e não soltos à rua, colocando em sobressaltos aos passantes. A gente não pode andar tranqüilo. Está sujeito a ser ofendido a qualquer momento por um dêsses animais. Além do mais algum pode estar atacado pela raiva e aí a coisa fica pior. Que os seus proprietários os tenham em casa, nos fundos de seus quintais e que a Prefeitura tenha o seu carro para apreender os cães vadios e sem dono, são os votos dêste colunista.

* Fonte: Três notas publicadas na edição de 19 de janeiro de 1967 do jornal Folha Diocesana, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann, de Divinaloucura.wordpress.com, Pintarcolorir.com.br, e Imagens.mundoentrepatas.com.

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