INAUGURADO O CEMITÉRIO PARQUE DA ESPERANÇA

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Entregue à população de Patos de Minas no último dia 22 [03/1996], o Parque da Esperança, novo cemitério da cidade, é muito mais do que uma grande obra para a eternidade. “Ele é uma obra de patense para patense”, frisa o engenheiro Júlio César Ferreira, da Santa Helena Construções, empresa responsável pelo projeto. Construído num terreno de 66 mil metros quadrados, o Parque da Esperança eternizará a competência dos profissionais que estiveram envolvidos em seu projeto. “Procuramos valorizar ao máximo as empresas e os empresários locais. Demos preferência exclusiva para o comércio e a indústria daqui em todos os aspectos da obra”, ressalta Nélson Ribeiro Neves, diretor da construtora.

Realmente a construção do Parque da Esperança obedeceu um critério bastante ufanista quanto a escolha dos profissionais que participaram de seu projeto arquitetônico, urbanístico e paisagístico. A marca da gente patense está expressa em todos os detalhes dos 66 mil m² da obra, desde o ajardinamento do campo de sepulcro, com capacidade inicial de 6 mil carneiras, adaptadas para 3 sepultamentos cada, até o complexo da sede administrativa, que tem 550 metros quadrados e é composta de duas capelas velórios – dotadas de suítes e ante-salas; amplas instalações sanitárias, lanchonete, portaria, recepção e flora.

MUITA PESQUISA – Lagoense formado na UFMG, o arquiteto Paulo José de Souza é o responsável pelo projeto arquitetônico do Parque da Esperança. Com dez anos de atuação em Patos de Minas, ele admite que nunca esperava trabalhar no projeto de um cemitério. “Foi uma experiência nova, que exigiu muitas pesquisas”, revela. O arquiteto e a equipe técnica da Santa Helena Construções buscaram subsídios nos projetos semelhantes que conheceram em Uberlândia, Ribeirão Preto, Campinas e outras cidades de grande porte. As informações colhidas resultaram numa obra arrojada, mas de característica bastante prática e funcional. “Procuramos captar a essência espiritual da obra. Nossa preocupação foi oferecer espaço, conforto e comodidade aos visitantes, dentro do padrão de uma arquitetura moderna”, diz o arquiteto.

A pesquisa também foi o caminho trilhado pela paisagista Maria de Lourdes Silveira Queiroz, a Lourdinha, encarregada do projeto paisagístico do novo cemitério. Surpresa com a oportunidade de trabalhar numa obra tão inusitada, ela conta que foram utilizadas cerca de 30 espécies de plantas no ajardinamento da área externa e interna do Parque da Esperança. “Fiz uma coisa para dar sensação de paz ao ambiente”, explica ela. Cada alameda foi ajardinada com mudas de árvores de médio porte combinando com suas denominações. “Criamos as alamedas dos Ipês, Chorões, Quaresmeiras e assim por diante”, esclarece. Ela estima que gastou 3 mil mudas de vários tipos de plantas na ornamentação do cemitério. Foi dela ainda a idéia de plantar centenas de Ficus no contorno do porque, para formação de uma cerca viva.

ILUMINAÇÃO ESPECIAL – Todo o projeto de iluminação do Parque da Esperança ficou nas mãos da jovem empresária Madalena Castro Di Donato, da Redil Luminárias. Ela admite que nunca havia trabalhado na iluminação de uma área aberta tão vasta. Mas desenvolveu o serviço com a maturidade de quem já atuou em obras do porte do recém inaugurado Edifício João Borges e na reforma da Copave/Fiat, onde elaborou projetos iluminativos da mais alta qualidade. “Usamos lâmpadas fluorescentes, que garantem maior luminosidade, não esquentam e são mais econômicas”, observou a empresária. Com a utilização de calhas especiais, tipo tubular, ela atingiu o objetivo de apresentar um designer moderno e extremamente funcional. Na área externa, Madalena foi ainda mais criativa. Utilizou postes tubulares com luminárias baixas em todas as extensões das alamedas.

O projeto de iluminação do Parque da Esperança não se completaria sem a competência do conhecido técnico-eletricista José Eustáquio Simão. Coube a ele a tarefa de executar todo o serviço da rede elétrica do novo cemitério. Experiente em seu ofício, Simão gastou cerca de seis meses para concluir sua parte no projeto. “Foi uma tarefa complicada, pois utilizamos quase 15 mil metros de fio para instalar tomadas no contorno do parque, para ligar as cortadeiras de grama nos períodos de pode”, explicou o eletricista.

Outro profissional que merece destaque é o jovem encarregado de obra, Valduir da Rocha Ferreira, o popular Vando, de apenas 32 anos. Nos 22 meses de duração da obra, Vando diz que acumulou muitas experiências novas. “Foi um trabalho gratificante porque a gente sabia da importância da obra”, declarou ele. Nos dias de pique, quando os operários estavam em pleno trabalho de construção, Vando comandou um quadro de 25 trabalhadores que prestaram serviço à Santa Helena Construções.

VIA DE ACESSO – Acompanhado de uma comitiva formada por secretários municipais, vereadores e outras autoridades, o prefeito Jarbas Cambraia foi honrosamente destacado na solenidade de lançamento do Parque da Esperança. “É uma obra que abre o caminho para a urbanização total do bairro Coração Eucarístico e setores adjacentes”, salientou ele, ao pronunciar sobre a importância do empreendimento. Cambraia garantiu que deixará aprovado o projeto da via de acesso ao novo cemitério. “Talvez, por questão de tempo, ela não seja concluída ainda em meu governo. Mas deixaremos seu projeto pronto para que saia o mais rápido possível”, declarou o prefeito. Pelo projeto da Secretaria Municipal de Planejamento, a via de acesso ao Parque da Esperança será o prolongamento da Avenida Padre Almir, tendo início no trevo próximo ao Tiro de Guerra. “Assim, a via servirá toda aquela região da cidade”, esclareceu Cambraia.

A expectativa da Santa Helena Construções é de que a Prefeitura crie uma alternativa para facilitar o imediato funcionamento do Parque da Esperança. A opção mais prática sugerida pela empresa seria o asfaltamento da Rua São Geraldo, para que o acesso possa ser feito pelo bairro Lagoinha, populoso setor urbano que também poderia ser beneficiado com uma infra-estrutura adequada ao seu significativo fluxo de tráfego.

* Fonte: Texto publicado com o título “Cemitério Parque da Esperança” e subtítulo “De patense para patense” na edição de março/1996 da revista Diga, do arquivo de Luis Carlos Cardoso.

* Foto: Eitel Teixeira Dannemann (05/06/2016).

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